Viva o luto para não viver de luto

Lidar com a morte pode nos trazer um sentimento de tristeza profunda, misturada com a saudade e as lembranças daquela pessoa. Por mais difícil que seja é preciso viver o luto todo para que possamos superar a dor da perda. Frente a dor, muitas pessoas se negam a viver o luto e escondem seus sentimentos, como se nada tivesse acontecido. O luto pode ser comparado a uma ferida aberta que quando não cuidada, pode infeccionar e cicatrizar. Precisamos enfrentar esse processo.

O luto é uma reação a uma perda importante. É um processo iniciado no momento da perda e vai até a elaboração do sofrimento e retorno à vida normal. Não necessariamente o luto acontece após a morte de alguém. Após o término de um relacionamento ou o fim de uma carreira, por exemplo, as pessoas também podem iniciar um processo de luto.

Quando perdemos alguém que ama, quando terminamos uma história ou sofremos perdas na vida ficamos sem rumo. Devemos respeitar a própria dor, a própria tristeza, o próprio luto.

Perdemos alguém que amamos é doloroso demais, é a dor mais profunda que existe, por haver ali é a dor do nunca mais.

Não tem nada demais ficar triste. É importante viver a sua tristeza, sinta ela até a última gota, no seu tempo, do seu jeito, pois só vivendo a própria dor, é que a gente supera, mas supera de verdade.

As pessoas querem a felicidade constante saem de términos e não se permitem vivenciar o luto. Já vão para baladas querendo beber pra esquecer. E, dessa forma, já vão se envolvendo com outra pessoa. Não se esquece alguém da noite para o dia. Esquecer não é superar. Não adianta fugir, porque de noite, no encontro com o travesseiro, todas as dores voltam, e se a gente tenta passar por cima, elas voltam muito maiores, rasgando tudo por dentro.

Não há a possibilidade de seguir em frente, de virar a página, sem “viver” o luto. É preciso respeitar o luto, dor, a tristeza e o seu tempo. Vai doer e a dor pode ser tão grande que pode falta o ar, mas é preciso sentir e enfrentar isso.

Caso a tristeza venha, deixe que ela venha, coloque ela pra fora, sinta toda a sua tristeza porque, existindo, ela tem que ser vivida, e somente quando vivida ela pode ser superada.

Perder um ente querido é um dos momentos mais dolorosos da vida de uma pessoa. Não tem um manual de como viver o luto. Cada pessoa lida com as perdas de uma maneira muito particular. Geralmente existem algumas fases comuns: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Para chegar à superação, é preciso atravessar cada uma dessas etapas.

Participar dos rituais de despedida, desapegar de objetos daqueles que faleceram e respeitar os seus momentos de solidão. Essas são dicas para aprender a lidar com as perdas e reorganizar nossas vidas. É fundamental viver o luto para não viver de luto.

É importante se conectar com suas emoções e vivenciar essa fase. Quando você consegue reconstruir e reorganizar sua vida você entende que pode seguir em frente sem a presença daquela pessoa as coisas ficam mais fáceis. Quando você se permite passar por essa fase, acaba entendendo que é mais forte do que imaginava. Entendendo o ciclo da vida adquire-se mais maturidade para lidar com os obstáculos que vão aparecer pelo caminho. Aos poucos vai se permitindo lembrar com carinho daquele que partiu, afinal, você não evita falar ou pensar sobre o assunto. É importante manter vivas as memórias daqueles que faleceram. Muitas vezes a importância de um psicólogo é primordial para chegar a fase da aceitação, entendendo que superar a morte não é esquecer a pessoa que se foi. Aceitar é, entender que a pessoa se foi e seguir em frente.

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