Um relacionamento abusivo tem como característica o excesso de poder, onde uma pessoa subjuga outra, também é pautada pelo uso da violência física, moral, psicológica, sexual e patrimonial e até mesmo digital. O relacionamento abusivo não se manifesta apenas nas relações conjugais, mas também em outras formas de convívio, familiares, chefes, empregadores, entre outros.
Temos a Lei Maria da Penha como a principal ferramenta jurídica de combate à violência doméstica, em todas as suas formas, tendo sido esta criada para o fim de prevenir, punir e erradicar esta forma de convivência abusiva, seja no seio familiar, seja, especificamente, contra a mulher, manifestada como agressões de ordem física, patrimonial, moral, psicológica ou sexual. Ela define como violência qualquer ação ou omissão contra a mulher baseada no gênero que possa lhe causar sofrimento não só físico, mas também de ordem psicológica e moral.
A violência psicológica se desenvolve de modo silencioso, evolui sem ser identificada, deixando marcas profundas na vítima, muito difíceis de serem apagadas, produzindo, muitas vezes, sequelas emocionais irreversíveis. Lamentavelmente, em diversos casos, esta violência psicológica adota uma forma física, agravando ainda mais a situação da vítima
É impossível definir um perfil para as vítimas de violência doméstica, pois a violência pode atingir qualquer uma independente de classe social, etnia e cor. A violência se inicia de uma forma lenta e silenciosa que progride em intensidade e consequência.
A violência psicológica é a forma mais perversa e danosa à saúde física e emocional da mulher, ao mesmo tempo em que se mostra de difícil identificação, o que torna o seu combate menos eficaz, agregando-se, a isso, o fato de que muitas pessoas não a consideram como uma forma consistente de violência. Várias vítimas vivem nesses relacionamentos abusivos, mas nunca pensaram em denunciar seus maridos e companheiros, por nunca terem sido agredidas fisicamente.
´É preciso uma conscientização da necessidade de identificação desta modalidade de violência silenciosa e sutil, ainda que esteja no estágio inicial. No entanto, a grande dificuldade de identificação da violência doméstica, em sua faceta psicológica, se faz, em vista de encontrar-se disfarçada e diluída em atitudes que não necessariamente estejam envolvidas com violência, como por exemplo, nos atos de ciúme ou de superproteção.
A violência psicológica pode ser traduzida como qualquer ato com intuito de controlar comportamentos, crenças e decisões da mulher, que possam causar prejuízo à sua autoestima e autodeterminação
Para que a mulher em relacionamento abusivo rompe o vínculo com o companheiro violentador é necessário ajuda externa, pois sem essa ajuda dificilmente a vítima deixará seu agressor
Cada tipo de violência gera no indivíduo prejuízos em seu desenvolvimento físico, cognitivo, moral, social e emocional ou afetivo. Diante de uma ameaça o normal do indivíduo é distanciar-se, no entanto o que se observa no contexto conjugal é a repetição cíclica de episódios de violências domésticas contra a mulher proporcionando, na maioria das vezes em estado mais grave, como o feminicídio.
Os sentimentos psicológicos frequentemente encontrados em mulheres submetidas a abusos no âmbito de um relacionamento íntimo são: sentimentos de humilhação, raiva, vergonha, impotência, culpa, solidão; perda progressiva da autoconfiança; ausência de interesse e motivação para atividades; ansiedade, depressão e agressividade; diminuição da autoestima; disfunções sexuais; dependência, entre outros.
O rompimento do ciclo de violência é um processo demorado e o empoderamento psicológico é uma das ações necessária para romper a situação de violência e para desenvolver esse empoderamento é fundamental um trabalho interdisciplinar levando em consideração que, em muitas situações de violências as mulheres desenvolvem psicopatologias, como fibromialgias, depressão, síndrome do pânico, entre outras, além disso, as mulheres que vivenciam relacionamentos abusivos podem ter como uma das consequências o transtorno de estresse pós traumático (TEPT), por isso importância de se atentar para a necessidade de apoio adequado as vítimas em relacionamento abusivo, tanto de profissionais como da própria família.
O relacionamento abusivo em relação as mulheres ainda estão muito enraizadas na sociedade atual, e um dos fatores que contribui para esse abusivo é a cultura machista que advém da antiguidade, onde o homem tinha um papel patriarcal e as mulheres tinha o papel de cuidar e educar os filhos, sendo importante apenas para procriar.
Muitas mulheres são submetidas à manipulação mental, agredidas psicologicamente em relacionamentos abusivos. Temos uma das formas de violência psicológica, conhecida como gaslighting. Nela ocorre um sutil abuso, por parte do agressor, através da manipulação da realidade, o que causa um progressivo desgaste da autoestima e da autoconfiança da mulher, a ponto de anulá-la.
A vítima de gaslighting quase nunca possui consciência de que está sendo abusada, dificultando-se, assim, a caracterização clara e explícita da agressão. A própria vítima duvida da realidade da agressão, tendo em vista os efeitos perversos desta violência, por meio da qual todas as suas opiniões são colocadas em xeque. Com isso, esta forma de abuso se torna muito difícil de ser reconhecida e mais ainda, de ser denunciada.
O gaslighting gerando dúvidas e confusão na vítima, a ponto de esta sentir-se culpada pelas condutas de violência do abusador, duvidando de tudo que acontece à sua volta.
Relacionamento bom é o que te faz sentir bem! Busque ajuda familiar e de um profissional. Amor não faz ninguém se sentir para baixo. Pense nisso!