Transtorno de Personalidade Borderline e suas características

No Transtorno de Personalidade Borderline o indivíduo tem mudanças de humor frequentes, relações sociais e pessoais instáveis e estado de espírito emocional inconstante.

O motivo pela qual uma pessoa desenvolve o transtorno pode ser ligada as vivências da infância. Geralmente quem sofre com esse transtorno teve uma infância traumática. As relações pai-filho pobres, negligência, abuso sexual, trauma emocional, bullying físico, chantagem emocional, entre outros são algumas das razões comuns pelas quais as pessoas desenvolvem o transtorno. Uma infância violenta constrói no indivíduo a necessidade de apresentarem comportamentos excessivamente defensivos, o que acarreta  um medo de abandono extremo.

Para a pessoa borderline o abandono é a pior coisa que pode acontecer, sendo esse um dos aspectos mais marcantes do transtorno. Eles sempre vivem com o medo de serem abandonados, de não serem atendidos ou deixados sozinhos. Esse medo é um dos aspectos mais presentes, mesmo nos estágios iniciais. Os medos podem correr para tais extremos que, em algumas situações acabam optando pelo isolamento ou voluntariamente para evitar que outros o façam, sendo assim, preferem se afastar das relações antes de serem abandonados.

A raiva intermitente alimenta o medo do isolamento. Por causa do passado traumático, as ações simples e as reações dos outros ao seu redor podem ser interpretadas por eles como sinais de rejeição, negligência e isolamento que os deixam com raiva sem motivo aparente. Essa raiva, muitas vezes, é expressada com intensidade desproporcional à situação real.

As mudanças de humor são bastante comuns. Não precisa ser a raiva sempre, às vezes pode ser ansiedade, medo, irritação e insegurança. Tais mudanças de humor tornam muito difícil para manter uma boa vida social, pessoal e profissional.

A sensação de vazio é um relato recorrente de quem sofre com esse transtorno. O vazio se torna tão intenso ao ponto de não conseguir ser preenchido com a própria companhia, e sempre necessitando do outro, promovendo uma dependência afetiva cada vez maior e causando cada vez mais sofrimento.

A maioria dos pacientes com esse transtorno tendem a entrar em vícios comuns, como sexo extra conjugal, drogas ou álcool, etc., normalmente são feitos para superar o profundo sentimento de tristeza e vazio que eles possuem.

Sem motivo ou razão podem tomar ações impulsivas. Sendo comum ver a pessoa entrar em um relacionamento e de repente terminá-lo, ou sair de um emprego aparentemente estável, abandono dos estudos.

A auto-depreciação é um problema muito comum. Devido à constante negligência e abuso no início da vida, eles podem considerar-se muito ruins. Tudo isso também alimenta os outros sintomas.

A maioria dos pacientes com o transtorno costumam olhar para os desafios e situações atuais através da lente de seu passado traumático. Para eles, tudo deve terminar em um abuso, negligência ou algum estresse emocional. Sendo assim, tendem a se proteger contra isso, em vez de se beneficiar da situação atual.

A auto-depreciação, o medo do isolamento e o estado emocional geral instável podem levá-los a tentar suicídios. Algumas tentativas podem ser falsas para atrair a atenção enquanto outras podem ser reais.

O acompanhamento com psicólogo e psiquiatra é muito importante. A terapia é importante para ressignificar as vivências do passado, para então dar voz e acolher a criança interior. Além de auxiliar a controlar os impulsos e entender melhor sobre o significado dos comportamentos a fim de reduzir o sofrimento e prejuízos nas relações e produtividade. O acompanhamento psiquiátrico é necessário para o cuidado integral dos sintomas e para melhora do quadro clínico. Só o profissional poderá dar o diagnóstico. Se você conhece alguém ou se identifique busque uma ajuda profissional!