O trabalho aumenta a autoestima das pessoas, ainda mais quando o resultado do seu trabalho é visto e se recebe elogio da diretoria. Mas, o ambiente de trabalho também pode adoecer o trabalhador. Sem a pandemia já era muito comum profissionais adoecerem no ambiente de trabalho desenvolvendo estresse, depressão, ansiedade e a Síndrome de Burnout, principalmente. A pandemia trouxe mudanças abruptas no estilo de trabalho e as incertezas do cenário sobre o desemprego podem em alguns casos terem se tornado agentes provocadores para o acometimento de estresse crônico, conhecido como Síndrome de Burnout.
Com a pandemia, veio uma sensação de estresse extremo, que se reflete nas relações com filhos, cônjuges, colegas, prestadores de serviço etc. Afetou inclusive o sono das pessoas.
Em um mundo cada vez mais ágil e cheio de pressão, é comum discutirmos sobre como melhorar o rendimento no trabalho. Estamos muito preocupados em sermos os melhores possíveis e, talvez por isso, o número de pessoas diagnosticadas com a Síndrome de Burnout é cada vez maior.
A Síndrome de Burnout é um estado de extrema exaustão física, emocional e mental, conhecida também como “Síndrome do Esgotamento Profissional”, causada por excesso de trabalho, estar sob pressão e características de personalidade como a necessidade de estar no controle e perfeccionismo. Muito pior do que a fadiga comum, o esgotamento torna difícil para as pessoas lidar com o estresse e com as responsabilidades diárias. As pessoas que sofrem de Burnout muitas vezes adotam uma visão pessimista em relação à vida e sentem-se sem esperançosas.
O Burnout não desaparece sozinho e, se não for tratado, pode levar a doenças físicas e psicológicas graves, como depressão, doenças cardíacas e diabetes. Então, como melhorar o seu rendimento diante de situação tão adversa? O Burnout, assim como outras doenças, pode ser evitado tomando autocuidados diários. Mesmo se você estiver trabalhando por muitas horas, lembre-se de se dar pequenos intervalos. A melhor prática é estabelecer um tempo de trabalho e um tempo de relaxamento.
Uma pesquisa realizada pelo International Stress Management Association (Isma – Brasil), de 2017, mostra que o Brasil é o segundo país com a população mais estressada do mundo, perdendo apenas para o Japão. Conforme a pesquisa, o principal motivo do estresse é o trabalho, por conta de jornadas muito longas, falta de tempo para si e ambiente corporativo nocivo.
O Burnout foi oficializado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença crônica em 2019, o define como uma síndrome que resulta de um estresse crônico no local de trabalho, que não foi gerenciado com sucesso.
A Síndrome de Burnout pode ser identificada por sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia; aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho e redução da eficácia profissional
Os sintomas mais comuns da síndrome de Burnout são:
Distúrbios do sono
Dores musculares e de cabeça
Irritabilidade
Alterações de humor
Falhas de memória
Dificuldade de concentração
Falta de apetite
Agressividade
Isolamento, sendo que nos estágios iniciais parece que o indivíduo evita o contato com as demais pessoas; porém em estágios mais avançados pode-se desenvolver irritabilidade no contato com outras pessoas
Estado de humor deprimido
Pessimismo e baixa autoestima
Sentimento de apatia e desesperança – este é um dos sintomas que mais leva aos diagnósticos errados da doença
Irritabilidade exagerada. Essa surge devido ao sentimento de pessimismo e baixa autoestima, achando que aquilo que se faz não é bom o suficiente
Perda de prazer. Entre elas perda de prazer por comidas ou atividades que antes gostava de praticar, momentos com a família etc.
Maior suscetibilidade à doenças. Por ela mexer com o físico e também com o psicológico, acaba baixando a imunidade da pessoa, tornando-a mais suscetível ao aparecimento de doenças oportunistas
O Burnout acaba sendo confundido com outros problemas emocionais. Isso porque os seus sintomas também estão presentes em outras patologias mentais. É preciso prestar atenção em muitos detalhes, sendo que o diagnóstico só deve ser feito por um profissional especializado, como um psicólogo ou psiquiatra.
A prevenção pode se dar por práticas simples e prazerosas. Muitas pessoas são negligentes em relação ao estresse. Acreditam que faz parte da vida ficar nervoso e uma atitude só é tomada quando a saúde mental já está comprometida. Inclusive, o Brasil é o país cuja população mais sofre com ansiedade no mundo, segundo levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS). A ansiedade é gerada na maioria das vezes por um estresse descontrolado que causa desequilíbrio no organismo.
Além de afetar a saúde mental, o estresse também é uma das maiores causas de diversas doenças coronárias e inflamações no corpo. O estresse também aumenta ação dos radicais livres no corpo, o que gera um envelhecimento celular e precoce. É muito importante combater os níveis elevados de estresse e não encará-lo como algo normal. Para isso, é fundamental observar na rotina o que está causando desgaste.
Praticar exercícios físicos é muito importante para reduzir o estresse. A atividade física não é importante apenas para manter um corpo bonito, mas é essencial para trazer mais bem-estar. Isso acontece, pois quando são praticados exercícios, o corpo libera hormônios que aumentam a sensação de prazer, como é o caso da endorfina. Isso já é um grande passo para combater o estresse acumulado ao longo do dia e manter o equilíbrio físico e mental.
Procurar um psicólogo também ajuda a aliviar a ansiedade e estresse. Associando atividade física e acompanhamento psicológico trabalha-se saúde física e mental, tendo assim uma melhor qualidade de vida.