Outubro Rosa: atenção aos sinais é fator indispensável na luta contra o câncer de mama

Destacando a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama, a campanha Outubro Rosa acende um alerta para a atenção aos sinais, fator indispensável na luta contra a doença.
 

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tumor representa cerca de 10% (73.610) dos 704 mil novos diagnósticos de câncer esperados para 2024, sendo o primeiro colocado entre os mais incidentes nas brasileiras.
 

Em Ribeirão Preto, dados da Secretaria Municipal da Saúde apontam que em 2023 houve um aumento de 74,8% de casos da neoplasia, em relação ao ano anterior.
 

“É importante que as mulheres estejam atentas a qualquer alteração próxima à região das mamas e axilas. Os sinais do tumor podem variar de pessoa para pessoa ou, inclusive, não aparecerem. Porém, o surgimento de nódulo ou massa nessa região é o mais comum entre eles”, explica Diocésio Andrade, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto.
 

Atenção aos sinais
 

A propagandista farmacêutica, Vanessa Benelli, teve os primeiros indícios do câncer de mama aos 39 anos, ao final da gravidez de seu segundo filho. “Com 38 semanas de gestação fui à minha ginecologista para marcar a cesárea e, ao me examinar, ela encontrou um nódulo. Após a ultrassom foi constatado que se tratava de um BI-RADS 4C (lesão suspeita), porém por estar a dois dias do parto e ter muitas glândulas mamárias, achamos melhor aguardar o nascimento do bebê para seguir com a investigação. Quando o Léo nasceu, esse nódulo sumiu, o que me levou a acreditar que seria um abscesso de leite e então, deixei de monitorar”, comenta a paciente. 
 

Após interromper a amamentação, Vanessa foi surpreendida com a volta do nódulo em tamanho maior e, imediatamente, procurou por ajuda médica. Foi quando descobriu que se tratava de um carcinoma invasivo triplo negativo. 
 

Ela relata que no início sentiu-se apreensiva em relação à descoberta e ao tratamento. “Diante do diagnóstico imaginei que eu não daria conta. Com um bebê de dez meses, na época, e outro para completar três anos, fiquei com muito medo da quimioterapia, de como eu iria me sentir, se conseguiria cuidar dos meus filhos, principalmente, por não ter uma rede de apoio em Ribeirão, já que minha família é de outra cidade”, lembra. 
 

Mas, segundo Vanessa, a segurança e o conhecimento dos profissionais que a atenderam, a equipe clínica e, especialmente, seu oncologista que trouxe uma linguagem muito transparente e uma abordagem acolhedora, a fizeram olhar para situação de uma maneira mais otimista. 
 

“Eu coloquei na minha cabeça e no meu coração que eu iria me tratar, enxergar o tratamento como meu aliado e nunca como algo ruim para minha vida, mesmo com a queda de cabelo e os efeitos colaterais. Hoje, falo que a quimioterapia é minha sessão de cura e cada gotinha que entra no meu corpo é para meu bem. E é assim que eu estou levando o tratamento”, completa. 
 

Caminhando para sua última sessão de quimioterapia, a paciente incentiva outras mulheres a priorizarem o autocuidado e buscarem ajuda médica a partir de qualquer mínima suspeita. “Eu acredito que nós mulheres temos uma alta tendência a viver 100% a família, o bebê, o trabalho e, muitas vezes, não olhamos para nós mesmas, como foi meu caso. Dez meses depois, quando eu busquei ajuda, meu tumor já estava com 4,5 cm e em desenvolvimento muito rápido. Quando iniciei o tratamento ele estava com quase sete. Então, é importante que as mulheres se olhem como o essencial para tudo acontecer. Estando bem e com saúde conseguiremos cuidar do outro e, geralmente, a gente faz o inverso”, finaliza.   .
 

De acordo com Diocésio, quanto antes diagnosticado, melhores são as chances de bons resultados no tratamento do câncer. “O acompanhamento médico e a realização dos exames de rotina – incluindo a mamografia a partir dos 40 anos – são fundamentais para a mulher, levando em conta que a detecção precoce eleva as chances de um prognóstico positivo. Além disso, dispomos hoje de um amplo arsenal terapêutico, possibilitando um tratamento individualizado e com maiores índices de resolutividade”, salienta o oncologista.
 

Fatores de risco 
 

Diocésio afirma que diversos fatores estão relacionados a este tipo de câncer. Entre eles: aspectos da vida reprodutiva, hormonais, hereditários, genéticos, comportamentais e ambientais. 
 

“A adoção de hábitos mais saudáveis, como praticar atividades físicas regularmente, seguir uma alimentação equilibrada e evitar bebidas alcoólicas e tabagismo podem contribuir para prevenir em até 30% dos casos. Hoje, também dispomos dos exames de rastreamento genético, que se tornaram uma importante ferramenta contra o câncer”, conclui Diocésio.
 

Mulheres jovens também precisam manter a saúde em dia e estar alerta aos sinais. Estudo realizado pelo Instituto do Câncer de São Paulo apontou que o tumor de mama está cada vez mais frequente na população feminina com menos de 40 anos. A pesquisa analisou o caso de 500 pacientes e constatou ainda, que 68% delas descobriram a neoplasia já em estágio avançado.