O medo das pessoas ficarem sozinhas, sem um parceiro ou uma parceira, é muito comum. Como consequência acabam se conformando com relacionamentos vazios ou com o sentimento de inferioridade e com a sensação de terem falhado na missão de encontrar uma pessoa para caminhar junto.
Tivemos a data do dia dos namorados recentemente, os casais passam a ser o tema central dos anúncios publicitários e reportagens. Muitas lojas e restaurantes adotam uma decoração temática e lançam promoções para serem aproveitadas a dois. Clima esse propício para as pessoas se empolgarem e assumirem compromissos que muitas vezes não se encontram preparadas.
Sendo comum que as pessoas descontentes com a própria situação, estejam elas solteiras ou em um relacionamento, nessa época do ano se sintam tristes ou revoltadas. Toda a exposição e valorização do amor romântico torna o desconforto mais evidente e transforma um pequeno incômodo em tristeza ou raiva.
Desde crianças aprendemos que a nossa felicidade está vinculada com a aprovação de outras pessoas. Primeiro de nossos pais e familiares, depois de professores e colegas da escola. Não aprendemos a aprovarmos e aceitarmos a nós mesmos.
Ao longo da vida, nós não somos acostumados a cuidar e dar a devida atenção às nossas emoções. Cuidamos muito da saúde de nosso corpo e esquecemos da nossa saúde psicológica. Dessa forma chegamos à fase adulta necessitando sempre da aprovação dos outros. Então, estamos sempre buscando nos relacionamentos alguém que nos dê o amor e aprovação que aprendemos a procurar nos outros. Se o que nos falta é amor próprio e autoestima, o carinho e atenção dos outros nunca serão suficientes. Como resultado, os relacionamentos se tornam insuficientes e estar solteiro vira sinônimo desolidãoetristeza.
Quando estamos sem ninguém, entramos em uma busca constante por relacionamentos ou parceiros passageiros que nos aprovem e gostem da nossa companhia. Não queremos ficar sozinhos, afinal, isso significaria estar na companhia de nós mesmos e não aprendemos a aproveitar essa companhia. Outras vezes saímos de um relacionamento e entramos em outro e os problemas persistem.
Nos relacionamos, entramos em uma busca por elogios, carinho e atenção, e muitas vezes o que recebemos não é suficiente. Dessa forma, alguns relacionamentos se tornam um peso carregado pelo casal por medo da solidão.
Algumas pessoas acreditam que o problema são os parceiros ou parceiras, outras desenvolvem um sentimento de inferioridade e julgam não serem dignas ou merecedoras de amor e carinho.
Mesmo os relacionamentos estando muito ruim nos acostumamos a ele e nos acomodamos a viver insatisfeitos. Ignoramos o problema na esperança de que se resolva sozinho ou escolhemos acreditar que ele não existe.
Quando a nossa atenção está voltada para outras coisas, se torna mais simples lidar com o nosso incômodo. Todavia, nos momentos em que tudo ao nosso redor faz com que a nossa atenção se volte para a questão, se torna necessário encará-la e nem sempre estamos preparados para isso.
Um problema que é seu não será resolvido pelos outros. Um psicólogo pode te ajudar, mas, você precisa querer se ajudar! A única pessoa que pode amenizar seu sentimento de solidão e suprir a necessidade de carinho e atenção é você mesmo. Aproveite sua própria companhia, separe momentos da sua semana para ficar com você mesmo e se esforce para que esses momentos sejam agradáveis, escolha um programa de sua preferência e aproveite cada momento dele: fazer uma caminhada em um lugar agradável, assistir a uma apresentação, ler um bom livro, assistir a um filme ou preparar um bom jantar. Procure entender em que momento da sua história você começou a acreditar que precisava da aprovação de outras pessoas e altere seu padrão de pensamento. O psicólogo é uma pessoa que poderá te ajudar a fazer essa reflexão, a compreender a situação que você está vivendo e recuperar a sua autoestima.