Quantas pessoas já não tentaram de tudo para emagrecer e não conseguiram? Muitas vezes, após inúmeras dietas, bate o desespero e vem o desânimo, junto com a vontade de desistir para sempre.
Porém, surge uma luz no fim do túnel: a semaglutida, aprovada pela Anvisa para tratamento de Diabetes tipo 2, pode ajudar na perda de até 15% da gordura corporal, em um prazo que pode levar até um ano e meio de tratamento.
A substância é injetável e aplicada com uma caneta, semelhante à utilizada para aplicação da insulina, porém no caso da semaglutida, a indicação é que seja aplicada uma vez por semana, começando com doses baixas, até atingir o máximo da dose recomendada.
Entre os efeitos colaterais, podem ocorrer dor de cabeça, náusea e vômito. Mas nem todos os pacientes sentem esses efeitos, que podem variar em intensidade de um organismo para o outro.
A semaglutida foi aprovada para o tratamento da obesidade nos Estados Unidos, Europa e Canadá, porém no Brasil, apenas a liraglutida, que também é aprovada para tratamento da Diabetes, pode ser igualmente utilizada para tratar a obesidade, com um custo médio de R$ 600,00 por mês, com aplicação diária, e resultados que mostram uma redução de até 8% da gordura corporal se utilizada por 1 ano.
Com um custo um pouco maior, cerca de R$ 1.000,00 mensais, a semaglutida não é aprovada pela Anvisa para o tratamento da obesidade.
As duas substâncias têm o mesmo efeito sobre o organismo: sinalizar ao cérebro a sensação de saciedade, o que leva a comer menos e, consequentemente, a perda de peso. São os chamados agonistas do receptor GLP-1, peptídeo que causa a saciedade.
A recomendação é para que tanto a semaglutida quanto a liraglutida sejam administradas com supervisão de um especialista, pois o início do tratamento é feito com pequenas doses, que vão aumentando gradualmente, e quem deve indicar a quantidade e quando aumentar é o médico, como explica o médico no Hospital São Jorge e Clínica Unique Barretos, e membro titular da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, Jorge Rezeck.
“A substância é indicada para qualquer pessoa com indicação de emagrecimento e o acompanhamento médico é importante porque o tratamento é feito com doses específicas para cada paciente, é o especialista que indica qual a dose e por quanto tempo a pessoa deve utilizar”, disse.
Vale lembrar que nenhuma das duas opções farão milagre sozinhas. Seja qual for o tratamento contra a obesidade, uma alimentação equilibrada e a prática de atividades físicas são fatores que potencializam o tratamento, trazendo melhores resultados.
“A medicação não emagrece por si só, é o déficit calórico que contribui para a perda de peso. A semaglutida é uma medicação análoga ao GLP1, um hormônio que produzimos e que tem como principal função aumentar a saciedade. Então o efeito básico da substância é aumentar a sensação de saciedade, o que fará a pessoa comer menos”, afirmou o médico.
“O medicamento só contribui para diminuir a ingestão de alimentos, portanto é o paciente que vai emagrecer, a partir do momento que reduzir o consumo de comida, e ao mesmo tempo comer de forma mais saudável, mas associando também a uma prática de atividade física”, concluiu Jorge Rezeck.
Dr. Jorge Rezeck
Médico no Hospital São Jorge e Clínica Unique Barretos
Membro titular da Sociedade Brasileira de Clínica Médica