Janeiro verde: câncer do colo do útero é o 3º mais incidente entre as mulheres

A campanha Janeiro Verde visa conscientizar a população feminina sobre a importância da prevenção de câncer do colo do útero. De acordo com a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil deve registrar cerca de 17 mil novos casos da doença por ano durante o triênio 2023-2025.

Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero ocupa a terceira posição entre os tipos de neoplasia mais frequentes na população feminina. Em Ribeirão Preto, somente no Sistema Único de Saúde (SUS), foram registrados 35 casos da doença em 2022.

Dr. Diocésio Andrade, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto e membro fundador do EVA – Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos, explica que o tumor é causado por uma infecção persistente por alguns tipos oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV) e que, na maioria das vezes, é silencioso. “Esta neoplasia pode não manifestar sintomas em suas fases iniciais. Entretanto, ao evoluir, pode apresentar quadros de sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias”.

O médico ressalta, ainda, que os números são preocupantes, principalmente, por se tratar de um dos tipos de câncer mais preveníveis. “O maior motivo de alerta é para a principal condição predisponente da neoplasia, o contágio pelo Papilomavírus Humano (HPV). Usar preservativos durante as relações sexuais e estar em dia com os exames recorrentes de Papanicolau são prevenções importantes, mas a vacinação é imprescindível, ela é a proteção mais eficaz contra a infecção do HPV e está disponível no sistema público de saúde para meninos e meninas, com idade entre 9 e 14 anos”, comenta Dr. Diocésio.

O tratamento de câncer do colo do útero pode variar de acordo com o estágio da doença. “Quando diagnosticado em sua fase inicial, as chances de cura do tumor são maiores. No tratamento pode ser indicado radioterapia, cirurgia, quimioterapia, braquiterapia, ou ainda a combinação de dois ou mais procedimentos, dependendo do estágio em que a doença se encontra”, diz o oncologista.


Outros cânceres ginecológicos

Além do câncer do colo do útero, existem outros quatro tipos de tumores ginecológicos: ovário, corpo uterino/endométrio, vagina e vulva. “Exceto o colo uterino, as demais neoplasias não possuem programas de rastreamento, mas podem ser diagnosticados pelo ginecologista em consultas de rotina. Portanto, deve ser destacada a importância do acompanhamento médico e o alerta para desconfortos ou alterações na região. Ao notar qualquer sinal ou sintoma incomum é imprescindível a busca imediata por um especialista”, finaliza Diocésio.