Isolamento social vs. bulimia

O isolamento social tem sido benéfico para as pessoas estarem mais com suas famílias. Mas, com o isolamento social está ocorrendo um aumento dos transtornos alimentares. A fim de evitar que os transtornos alimentares ocorram é importante evitar os episódios de jejum, fazer mudanças nos seus hábitos alimentares, não comprar alimentos além do que vão consumir e tentar tomar suas refeições à mesa, comendo devagar e mastigando bem os alimentos, valorizando o que está ingerindo.

A bulimia é um transtorno alimentar. É caracterizada por episódios recorrentes de compulsão alimentar seguidos por comportamentos compensatórios como, por exemplo, a provocação de vômito.

Geralmente as pessoas com bulimia possuem uma visão bastante distorcida da sua aparência física. Preocupam-se excessivamente com o peso corporal, o que pode afetar diretamente a autoestima conforme a maneira de se auto avaliar.

A bulimia é um transtorno alimentar grave e pode ser fatal. As pessoas com essa doença têm compulsão por comer. Elas adotam medidas para evitar o ganho de peso. Entre elas temos o vômito, excesso de exercícios físicos ou jejum.

Entre as causas conhecidas para o desenvolvimento da bulimia temos a predisposição genética e uma combinação de fatores ambientais, sociais e culturais.

Entre as características principais da bulimia temos:

  • Comer uma quantidade muito grande de alimento dentro de um período de tempo relativamente curto (por exemplo, dentro de duas horas);
  • Sentir uma sensação de perda de controle ao comer (por exemplo, sentir-se incapaz de parar de comer)

Os comportamentos compensatórios são utilizados como uma forma de tentar controlar o peso após os episódios de compulsão alimentar. Eles incluem:

  • Vômito e utilização indiscriminada de laxantes ou diuréticos;
  • Longos períodos de jejum;
  • Prática excessiva de exercícios físicos;
  • Uso de qualquer droga, lícita ou ilícita, prescrita ou “sem receita médica” de forma inadequada para controle de peso (uso inadequado refere-se ao uso que não é indicado e para o qual o medicamento não foi desenvolvido).

Uma pessoa com bulimia pode comer sem controle e tentar compensar. Isso pode acarretar sentimentos de vergonha, culpa e desânimo. Esses comportamentos podem ficar mais compulsivos e com o tempo levar a uma obsessão com alimentos, pensamentos sobre como comer (ou não comer), perda de peso, dieta e imagem corporal.

Esses tipos de comportamentos muitas vezes são escondidos. Indivíduos costumam manter seus hábitos secretos de alimentação e exercícios. Com isso, a bulimia pode muitas vezes não ser detectada por um longo período de tempo. Geralmente, pessoas com bulimia experimentam oscilações de peso e não perdem peso.

Procurar ajuda no início é muito importante. Se você ou alguém que conhece está com algum sintoma ou uma combinação dos sinais, deve procurar ajuda e apoio o mais rápido possível.

Os sinais de alerta de bulimia nervosa podem ser físicos, psicológicos e comportamentais.

Sinais físicos:

  • Mudanças frequentes de peso (perda ou ganho);
  • Sinais de danos devido ao vômito, incluindo inchaço em torno das bochechas ou mandíbula, calos nas juntas, dano aos dentes e mau hálito;
  • Sensação de inchaço;
  • Constipações intestinais;
  • Desenvolvimento de intolerância a determinados alimentos;
  • Perda ou perturbação dos períodos menstruais em meninas e mulheres;
  • Desmaio ou tonturas;
  • Hemorróidas;
  • Sensação de cansaço, fadiga e alterações no sono.

Sinais psicológicos:

  • Preocupação excessiva com a alimentação, comida, corpo e peso;
  • Sensibilidade aos comentários relacionados com alimentos, peso, forma do corpo ou exercício físico;
  • Baixa autoestima, sentimentos de vergonha, auto-aversão ou culpa, particularmente depois de comer;
  • Ter uma imagem do corpo distorcida;
  • Obsessão com alimentos e necessidade de controle das calorias;
  • Depressão, ansiedade ou irritabilidade;
  • Insatisfação extrema do corpo.

Sinais comportamentais:

  • Evidência de compulsão alimentar;
  • Vomitar, usar laxantes, enemas, supressores de apetite ou diuréticos;
  • Comer escondido e evitar refeições com outras pessoas;
  • Comportamento anti social, ficando bastante sozinho;
  • Comportamentos repetitivos ou obsessivos relacionados à forma e ao peso do corpo;
  • Comportamento “mentiroso” em torno dos alimentos;
  • Exercício compulsivo ou excessivo;
  • Comportamento de dieta (por exemplo, praticar jejum, contagem de calorias, evitar determinados grupos de alimentos, como gorduras e carboidratos);
  • Idas frequentes ao banheiro durante ou logo após as refeições, o que pode ser evidência de vômito ou uso de laxante;
  • Comportamento errático (por exemplo, gastar grandes quantidades de dinheiro em alimentos);
  • Mudanças no estilo da roupa (por exemplo, vestir roupas largas);
  • Rituais obsessivos em torno da preparação de alimentos e comer (por exemplo, comendo muito devagar, cortando alimentos em pedaços muito pequenos, insistindo que as refeições são servidas exatamente na mesma hora todos os dias);
  • Alterações nas preferências alimentares;
  • Abuso de substâncias ou tentativas de suicídio.

A pessoa com transtorno alimentar precisa de uma combinação de tratamentos. Entre eles acompanhamento psicológico, reeducação alimentar e acompanhamento psiquiátrico. É possível recuperar da bulimia nervosa, mesmo que o paciente tenha vivido com a doença há muitos anos.