Identificando a Sindrome de Burnout nas empresas

A síndrome de Burnout é uma doença ocupacional. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a síndrome como doença ocupacional em 1 de janeiro de 2022 sendo um distúrbio emocional que resulta do estresse crônico no trabalho. É também conhecida como síndrome do esgotamento profissional. 

Desde 1º de janeiro de 2025, o Brasil passou a adotar oficialmente a Classificação Internacional de Doenças (CID-11), que inclui a Síndrome deBurnout como uma doença ocupacional, reconhecida pelo código QD85. Com a adoção do código QD85 no Brasil, a síndrome de Burnout passa a ser tratada com mais transparência e precisão. A inclusão do código evita que a condição seja confundida com outras, como a depressão.

Os principais sintomas da Síndrome de Burnout são: 

  • Exaustão física e mental
  • Insônia
  • Alterações de humor
  • Sentimentos de incompetência, fracasso e insegurança
  • Dores musculares e de cabeça
  • Pressão alta

A síndrome de burnout pode levar à depressão profunda. O trabalhador pode ter direito a: Licença médica remunerada, Auxílio-doença acidentário, Aposentadoria por invalidez.  Nela ocorre esgotamento físico e da saúdeemocional. Sendo também chamada de Síndrome do Esgotamento Profissional. É causada especialmente pelo excesso de trabalho, mas também pode ter outros agravantes entre eles:

  • Ambientes com pressão intensa;
  • Acúmulo de tarefas;
  • Lideranças ruins;
  • Pressão por atingimento de metas;
  • Falta de  segurança psicológico;
  • Competitividade tóxica no ambiente de trabalho;
  • Estresse crônico;
  • Relacionamentos ruins no trabalho.

Segundo informações de uma pesquisa divulgada pela International Stress Management Association (ISMA), 72% dos brasileiros ativos profissionalmente sofrem com alguma sequela de estresse, sendo que 32% deles têm sintomas de Burnout. O diagnóstico de Síndrome de Burnout é feito por um psicólogo ou umpsiquiatra.

Os psicólogos Herbert Freudenberger e Gail North conseguiram identificar os 12 estágios pelos quais os profissionais podem passar até desenvolver a Síndrome de Burnout. Sendo eles:

  1. Necessidade de aprovação: é o momento em que o indivíduo quer mostrar seu valor como profissional, que sabe o que está fazendo e que é competente;
  2. Dificuldade em se desligar do trabalho: a pessoa começa a alongar as horas do expediente, a trabalhar nos finais de semana e responder mensagens em todos os momentos;
  3. Negação de necessidades pessoais: o trabalho vira o centro da vida do indivíduo. Ele começa a dormir menos, não ter horários para comer e negligencia momentos de lazer para trabalhar mais;
  4. Distanciamento dos conflitos: os efeitos dos comportamentos começam a ser sentidos na rotina, mas o profissional passa a ignorá-los;
  5. Reavaliação de valores: as prioridades da pessoa começam a mudar. O trabalho parece ser a única coisa que importa;
  6. Negação dos problemas: o indivíduo age sem empatia e tolerância. Começa a culpar os outros e ser agressivo por ver que os outros não trabalham como ele;
  7. Afastamento da vida social: a pessoa não tem interesse ou quase nenhuma vida social. O trabalho é o foco, mas agora é uma parte automática da rotina. Nessa fase, pode surgir o uso de drogas e álcool para aliviar a tensão;
  8. Mudança no comportamento: o profissional apresenta uma personalidade muito diferente, ficando muito claro para as pessoas da convivência
  9. Perda de personalidade: a pessoa alcança um alto nível de negligência com suas necessidades, perde seus interesses e “não se reconhece mais”;
  10. Vazio interior: o indivíduo não consegue mais enxergar sentido no dia a dia e experimenta um profundo vazio de emoções. Para compensar isso, pode sofrer compulsões e abusar de substâncias;
  11. Depressão: acontecem sintomas de depressão, como desesperança,  melancolia, exaustão e incerteza;
  12. Burnout: a pessoa entra em colapso físico e mental. Nesse momento, ela requer ajuda médica urgente.

A Síndrome de Burnout é tratada com acompanhamento psicológico e psiquiátrico contínuo, além de uma mudança de hábitos. Durante o tratamento, o colaborador também deve ficar totalmente afastado  de suas funções, uma vez que elas podem contribuir para altos níveis de estresse e piorar a condição. É recomendado que desenvolva outros hábitos saudáveis e duradouros que podem auxiliá-lo em sua jornada, como alimentação saudável e a prática de exercícios físicos.

Líderes e profissionais de psicologia organizacional podem ser de grande ajuda no dia a dia de um colaborador que tem passado por momentos de alto estresse no trabalho.

Um alto número de afastamentos do trabalho pode indicar riscos nasaúde geral dos colaboradores dasua empresa. Principalmente se estiverem motivados por problemas de condicionamento físico e saúde mental, podem estar colocando a empresa em sérios riscos.

O desengajamento e a desmotivação da equipe podem denunciar a presença de uma possível Síndrome de Burnout

Atestados também podem acender o alerta. Isso porque, eles podem denunciar mais do que a doença indicada, já que as condições de saúdemental também afetam o aspecto físico. A alta rotatividade também pode ser um indicativo.

A inclusão do Burnout como doença ocupacional amplia a responsabilidade das empresas em cuidar da saúde de seus colaboradores. Lembre-se sempre uma equipe feliz e com bem-estar no trabalho costuma se manter na empresa!