Feridas emocionais e consequências na vida adulta

É comum o ser humano carregar traumas de infância. Esses, quando não são bem assimilados, acabam se tornando feridas emocionais que repercutem de forma negativa por toda a vida adulta.

Feridas emocionais são experiências dolorosas da infância que conformam nossa personalidade adulta, o que somos e como vamos nos confrontar com as adversidades. Devemos ser conscientes delas e, evitar disfarçá-las, pois, quanto mais tempo esperamos para curá-las, mais profundas elas vão se tornar.

O medo de reviver o sofrimento que nos causaram faz com que evitemos essas situações, mas isso só vai dificultar o nosso desenvolvimento e nos prejudicará.

Entre as feridas emocionais temos:

  • O MEDO DO ABANDONO:

A solidão é o pior inimigo de quem viveu algum tipo de negligência na infância. Na idade adulta ocorre uma vigilância constante em relação a este tema, que faz com que a pessoa que a sofreu abandone os seus parceiros e seus projetos mais cedo, com medo de que eles a abandonem.

É muito comum que estas pessoas falem ou pensem desta forma: “Deixo você antes que você me deixe”, “ninguém me apoia, não estou disposto a suportar isso”, “se for embora, não volte…”.

As pessoas que tiveram experiências de negligência na infância terão que trabalhar a forma como lidam com solidão, o medo da rejeição e as barreiras ao contato físico.

As feridas emocionais não são fáceis de curar. Quando elas começarem a doer, devem ser tratadas assim que o medo e os momentos de solidão começarem a surgir.

  • O MEDO DA REJEIÇÃO:

Esta ferida é profunda e implica na rejeição do nosso interior, das nossas experiências, pensamentos e sentimentos. Entre os fatores que podem contribuir para o medo da rejeição, como ser rejeitado pelos pais, familiares ou colegas. Esses atos geram pensamentos de rejeição, de não ser querido e de não ter valor.

A criança (ou o adulto) que tem medo de ser rejeitado não se sente digna de afeto ou compreensão. Isola-se no seu interior com medo de ser rejeitada. Se um adulto sentiu algum tipo de rejeição na infância tem grande chance de ser uma pessoa fechada.

Se esse for o seu caso arrisque e tome decisões por si mesmo. Assim, vai lhe incomodar menos que a pessoa se afaste e não vai tomar como uma questão pessoal que se esqueceram de você em algum momento. Você é a única pessoa que você precisa para viver.

  • A HUMILHAÇÃO:

Ela ocorre no momento em que sentimos que os outros nos desaprovam e nos criticam. Um pai ou educador pode ocasionar esses problemas numa criança, dizendo-lhe que é estúpido, burra, um estorvo ou feia. Esse tipo de atitudes vai prejudicar a autoestima da criança.

A humilhação muitas vezes gerar uma personalidade dependente. Também, aprendemos a ser tiranos e egoístas como um mecanismo de defesa e até mesmo a humilhar os outros como um escudo.

Quando vivemos isso é importante trabalhar a nossa independência, a nossa liberdade, nossos medos e prioridades.

  • O MEDO DA TRAIÇÃO E PROBLEMAS DE CONFIANÇA:

A criança pode ter-se sentido traída, em algum momento, por um de seus pais que pode não ter cumprido alguma promessa. Isso causa desconfiança que pode ser transformada em inveja e outros sentimentos negativos, fazendo com que a pessoa não se sentir digna das promessas que os outros fazem a ela.

Quem passou por isso na infância tornar-se uma pessoa controladora e que tem de estar ao comando de tudo. São perfeccionistas e querem ter tudo pronto e arrumado, sem deixar nada ao azar.

É necessário trabalhar a paciência, a tolerância, o saber viver, aprender a ficar sozinho e a delegar responsabilidades.

  • INJUSTIÇA:

Esse sentimento surge num ambiente onde os cuidadores primários são frios e autoritários. Na infância, uma exigência exagerada pode causar impotência e inutilidade, tanto quando somos crianças quanto na idade adulta.

Naqueles que sofrem essa rigidez ocorre o desenvolvimento de uma personalidade que busca ser muito importante e que quer adquirir grande poder. Possivelmente pode  ser uma pessoa fanática por ordem e perfeccionista, e com incapacidade de tomar decisões com confiança.

É preciso trabalhar a suspicácia e a rigidez mental, com objetivo de gerar uma maior flexibilidade e permitir a confiança nos outros.

Como essas feridas podem afetar nosso bem-estar, a nossa saúde e a nossa capacidade para nos desenvolver como pessoas é preciso começar a curá-las. Busque a ajuda de um psicólogo