No dia 12 de outubro comemoramos o Dia das Crianças. Essa data comemorativa é celebrada anualmente em homenagem às crianças, cujo dia efetivo varia de acordo com o país. Por isso, escolhi falar sobre ser criança. Quando ouvimos falar em Dia das Crianças, a imagem que nos vem a cabeça é sempre uma: presentes. Isso, é claro, não poderia deixar de ser, pois quem não gosta de presentes? No entanto, a celebração do Dia das Crianças não tem o intuito de apenas presentear os nossos pequenos. Na verdade, essa data é bastante significativa para o que realmente a criança representa. A criança é o símbolo da pureza. Ela é aquela que alegra uma casa.
Ser criança é ser mágico, a melhor época da vida onde vivem no mundo da imaginação e dos sonhos. Época em que surgem seus ídolos e personagens infantis onde querem copiar esse modelo. Infância época boa, no entanto nessa fase devemos tomar muito cuidado. Na infância se constrói a personalidade.
O conjunto de características psicológicas que afetam a maneira com que o indivíduo interage com o ambiente chama-se personalidade, moldada desde a concepção e sendo construída pelas situações que o indivíduo enfrenta. Tudo que ocorre na vida de uma pessoa influencia as características de sua personalidade.
Os primeiros anos de vida são fundamentais para a formação da personalidade do indivíduo, pois nessa fase ocorre em grande intensidade a relação com os pais e com o meio. Cabe destacar a importância da mãe, pois o relacionamento entre mãe e filho será fundamental para a formação da mentalidade do futuro adulto.
Dessa maneira, qualquer falha na relação entre mãe e filho poderá causar graves consequências na formação da personalidade. Devemos compreender que os mecanismos de relação entre as pessoas não são perfeitos, portanto uma relação equilibrada. Na infância se estabelecem os primeiros níveis da formação da personalidade do indivíduo. Leontiev (1978) afirma que este é o período espontâneo do desenvolvimento deste sistema. É nos primeiros anos de vida que a criança aprende valores, normas de conduta e capacidades especificamente humanas e tornasse capaz de expressar-se de maneira singular diante do mundo: ela forma uma consciência cada vez mais complexa sobre os objetos e seu conhecimento, sobre as relações humanas e, sobretudo, sobre si mesma. Esse processo é mediado pelas situações que a criança vivencia, por isso podemos afirmar que a personalidade de cada um resulta de sua biografia: das suas condições de vida e educação, das atividades que desenvolve, das aprendizagens que empreende e do desenvolvimento do seu psiquismo, como destacam Vigotski.
Ao nascer, a criança é imediatamente inserida nas relações sociais: todas as suas necessidades são atendidas pelo adulto, que se torna o centro das atenções do bebê. O carinho, a atenção e a fala constante com a criança criam nela uma necessidade socialmente mediada: a necessidade de novas impressões (Bozhovich, 1981), isto é, a necessidade de ver mais, ouvir mais, tocar mais e ser mais tocada.
Por volta dos três anos de idade inicia-se um novo momento no desenvolvimento da personalidade infantil, que vai se estender até os seis anos aproximadamente: o momento dos jogos e atividades lúdicas (Bissoli, 2005). Nesse período a criança passa por uma completa transformação em sua personalidade, sendo marcada por uma nova formação central: a descoberta de si mesma como sujeito, a formação da própria identidade.
É importante destacar que o jogo de papéis não se desenvolve espontaneamente (Vigotski, 2007; Mukhina, 1996; Martins, 2006), ele é também socialmente mediado: os temas das brincadeiras das crianças são aqueles presentes em seu cotidiano e passíveis de observação. Disso decorre a importância essencial do adulto no enriquecimento das experiências infantis. Quando o adulto lê histórias diariamente, quando incentiva a observação dos papéis sociais presentes no entorno, quando enriquece as vivências infantis com conhecimentos sobre o mundo e as pessoas, a possibilidade de brincar de faz-de-conta torna-se muito mais ampla e desenvolvente.
Hoje em dia a tecnologia afasta as crianças do mundo das fantasias. Onde as crianças estão crescendo rápido demais e muitas vezes sem conhecer muitas brincadeiras que são importantes. Pais que muitas vezes não brincam com os filhos, não conversam. E, ainda temos aqueles que destrói as brincadeiras e fantasias das crianças. Infância é uma época para ser vivida e experienciada. Dai pergunto o que serão de nossas crianças no futuro?