Compulsão alimentar e pandemia

O alto nível de estresse como o medo e a ansiedade, causados pelo isolamento social devido a pandemia, pode favorecer a ocorrência de episódios de compulsão alimentar.

Todos nós temos algum momento que exageramos na comida e isso não é considerado um problema. No entanto, quando comer demasiadamente torna um hábito e foge do nosso controle podemos pensar em compulsão.

A compulsão alimentar é caracterizada por episódios de ingestão de alimentos em quantidades maiores que o esperado, em um espaço curto de tempo, acompanhado de uma sensação de falta de controle. Para ser caracterizado como um transtorno, os episódios devem ocorrer, em média, pelo menos uma vez por semana num período de três meses.

Podemos buscar no alimento um refúgio, consolo ou meio de evitar emoções dolorosas. Normalmente, isso ocorre quando estamos tensos, com raiva ou frustrados, ou seja, situações de ansiedade e estresse. Isso é fome emocional. Essa costuma ser saciada através de alimentos calóricos ricos em gorduras ou açucares.

A fome emocional normalmente está vinculada a baixa autoestima e a insatisfação com o corpo. Pode estar associada a compulsão alimentar e outros transtornos de ansiedade. Ela não é um transtorno, mas um comer trastornado associado com fundos psicológicos e comportamentais. Quem sofre disso busca na comida uma sensação de aliviar todos os sentimentos ruins que se encontra presente no momento. A pessoa come e se sente mais aliviada no momento com uma sensação de bem-estar. Mas, depois que isso passa, pode vir o sentimento de culpa por ter ingerido o alimento. Acaba que a fome emocional é um inimigo do emagrecimento, pois a alimentação impulsiva acaba se tornando um hábito.

Já a compulsão alimentar é considerada sim um transtorno alimentar, onde sua marca principal é comer excessivo somado ao descontrole e arrependimento, pois não se trata apenas de um momento em que diante de uma comida apetitosa se come além da conta. Na compulsão alimentar o paciente pode acordar com a certeza de que vai focar na sua alimentação. Mas, no decorrer do dia começa a ter pensamentos obsessivos relacionados à comida e com o desejo de comer. Tentará se controlar e quando não conseguir comerá mais que o normal ocorrendo a culpa e arrependimento. Daí faz promessas que amanhã será diferente. Só que infelizmente tudo começa a se repetir de maneira frustrante. Quando a pessoa reconhece que não dá conta de controlar é sinal que precisa sim buscar uma ajuda de um profissional. O tratamento busca mudar a relação disfuncional do paciente com a alimentação. É aconselhável buscar um nutricionista e psicólogo.

Entre os objetivos do tratamento da compulsão alimentar temos:

  • Reduzir o número de episódios compulsivos;
  • Melhorar a relação disfuncional com a alimentação;
  • Controlar a impulsividade e ansiedade;
  • Aprender a controlar as emoções;
  • Compreender o ciclo compulsivo;
  • Reconhecer e manejar os gatilhos emocionais;
  • Treinamento de autocontrole;
  • Reconhecer as crenças limitantes e disfuncionais sobre si mesmo.