Baixa adesão à mamografia impacta no diagnóstico precoce do câncer de mama

Em 2023, Ribeirão Preto apresentou um déficit de aproximadamente 4.000 mamografias no Sistema Público de Saúde – SUS. Por isso, a cidade tem intensificado a campanha de incentivo à realização do exame preventivo, que é considerado a principal ferramenta para a detecção do câncer de mama. O município registrou, de janeiro a setembro do ano passado, 91 novos casos de câncer de mama, somente no SUS, segundo dados cedidos pelo Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, da Prefeitura de Ribeirão Preto.

De acordo com a mastologista da Oncoclínicas Viviane Schiavon, a mamografia – radiografia do tecido mamário – pode ser capaz de identificar lesões nos estágios iniciais, o que favorece o tratamento e aumenta as chances de cura do câncer de mama. “O exame preventivo não evita o surgimento do tumor, mas é o mais eficiente para detecção da neoplasia ainda não-palpável clinicamente e que apresenta alto índice de recuperação se for tratada adequadamente”, comenta a médica.

A Sociedade Brasileira de Mastologia indica a realização da mamografia, anualmente, para mulheres a partir dos 40 anos. “Toda pessoa deve conhecer seu corpo e estar atenta aos sinais que possam surgir, como nódulos, geralmente indolores, na mama ou axila, pele avermelhada ou retraída, alterações no mamilo e saída espontânea de liquido anormal. Mas só o autoexame não é o suficiente. A mamografia é o método de diagnóstico que demonstra maior eficácia na detecção precoce do câncer de mama”, diz a mastologista.

O tipo de neoplasia continua sendo um dos tumores malignos mais prevalentes entre a população feminina, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Segundo o levantamento Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são esperados 74 mil casos novos, por ano, até 2025.

“O câncer de mama é resultante da multiplicação de células anormais da mama, que formam um tumor com potencial de invadir outros órgãos. Na maioria dos casos, o tratamento tem boa resposta, principalmente quando diagnosticado e tratado no início. Por isso, é importante que as mulheres conheçam e estejam atentas aos sinais do corpo, além de consultarem regularmente o médico”, orienta Diocésio Andrade, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto.

O médico explica, ainda, que manter uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regularmente são fatores essenciais, tanto para reduzir as chances de incidência da neoplasia, quanto para minimizar os riscos de recidiva da doença. “Obesidade, sedentarismo e tabagismo estão entre os fatores evitáveis que podem contribuir para o surgimento da doença”, reforça Dr. Diocésio Andrade.