A escrita Cuneiforme, um registro linguístico sistematizado, foi desenvolvida pelos sumérios na Mesopotâmia por volta de 3500 a.C., simultaneamente aos primeiros registros do sistema Hieróglifo no Egito. De fato, a organização comunicativa de escrituras conferiu ao homem tanto a documentação de reflexões quanto a difusão de conhecimento. No mundo hodierno, percebemos que os escritos são fundamentais no processo de globalização; os vários meios comunicativos conectam pessoas e ampliam as formas de aquisição e construção de saberes, e as mídias sociais on-line e as plataformas educacionais são exemplos disso. Assim, percebemos que não é possível pensarmos as relações humanas hoje e o sucesso profissional sem a adequação aos gêneros escritos que circulam no nosso cotidiano.
Nesse contexto, reforço a cobrança do mercado de trabalho no que tange à comunicação eficiente por meio da escrita. A exemplo disso, a escola contemporânea tem o papel de alfabetizar a criança ainda nos primeiros anos de vida – no Brasil entre os 6 e 8 anos de idade normalmente –, e o indivíduo constantemente precisa ler e interpretar textos escritos durante os anos escolares, nas mais variadas disciplinas do saber científico. Na aula de Língua Portuguesa, os profissionais trabalham com as crianças e com os adolescentes dezenas de gêneros escritos e orais, e essas atividades acompanham o discente até o final do 3º ano do Ensino Médio, momento que coincide com a transição da adolescência para a fase adulta. Dessarte, essa atividade comunicativa é ensinada ao ser precocemente, fato que revela a importância dessa prática.
Quero salientar, ainda, que o acesso às universidades brasileiras, hoje, ocorre por meio de vestibulares. Essas provas cobram a resolução de questões de diversas áreas científicas, além da realização de uma redação escrita em modalidade padrão da Língua Portuguesa. Normalmente, o gênero solicitado é uma dissertação-argumentativa, como ocorre no Enem, principal acesso às universidades federais em todo o solo brasileiro, mas algumas grandes avaliações locais, como o vestibular de inverno da Universidade Federal de Uberlândia, a prova da Universidade de Campinas e o processo seletivo da Universidade Estadual de Maringá exigem tipos e gêneros textuais diversos, o que gera necessidade de domínio amplo da escrita, oferecido pelo aluno que sonha com a carreira acadêmica ou com a formação profissional universitária. Por fim, ressalto que a nota da redação possui pesos significativos no desempenho final de cada vestibulando – no Enem, a produção textual tem equivalência a qualquer outra área que compõe a prova toda.
Paradoxalmente, aponto que o corpo escolar brasileiro apresenta pouca eficiência nos ensinos de leitura e produção textuais. A título de reforço, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes divulgou, recentemente, que os estudantes brasileiros seguem no nível básico de leitura. Esse triste dado reflete na escrita das pessoas, as quais carregarão essa defasagem por toda a vida, gerando falhas comunicativas na fase adulta, o que inclui o mercado de trabalho. Certamente, o oferecimento de cursos de redação tenta compensar a falha do ensino nacional, e o discente que, ainda cedo, encara esse desafio, consegue destaque no Ensino Médio e, consequentemente, nos vestibulares que ele enfrentará no final desse período escolar. Em consequência disso, reforço que o bom produtor textual, além de garantir acesso à universidade, também conseguirá destaque durante o trajeto acadêmico, inserindo-se, posteriormente, com vantagem significativa no mercado de trabalho. Então, afirmo que escrever bem é adequar-se ao contexto de produção, com domínio tanto da modalidade padrão quanto do gênero textual exigido.
Em suma, reconsidero a importância da escrita no contexto atual e a necessidade do esforço para aprender, cada vez mais, técnicas de escrita, a fim de promover a boa comunicação de acordo com as regras técnicas de cada gênero. Inicialmente, a orientação de um profissional de Letras é essencial na vida do aprendiz. Posteriormente, a prática de produção regularmente auxilia a memória no que se refere às exigências de cada gênero. Finalmente, um bom curso de redação é capaz de promover o conhecimento necessário tanto para a construção de reflexões humanas quanto para a aprovação nos processos seletivos mais concorridos do Brasil e do mundo, gerando pessoas fortemente reflexivas e tecnicamente preparadas para encarar qualquer prova.
Professor Franco de Paula é graduado em Letras pela UNESP de S. J. Rio Preto. Além disso, possui formação em Pedagogia e pós-graduação em Gestão Escolar