Síndrome de Wendy e suas consequências

A Síndrome de Wendy é aquela necessidade constante de cuidar, atender e satisfazer o desejo do outro. Mais comum em mulheres, o nome da síndrome é inspirado na jovem Wendy, fiel amiga de Peter Pan, que se encarrega de cuidar e assumir todas as responsabilidades da vida adulta que Peter Pan se recusa a aceitar.

Normalmente a Síndrome de Wendy é acompanhado do medo da rejeição, insegurança e necessidade de aceitação. Confira os principais sintomas:

  • Conceito equivocado de amor, que pode se apresentar como sacrifício;
  • Perfeccionismo e excesso de culpa quando erram;
  • Dependência emocional;
  • Tendência a assumir responsabilidades de terceiros para se sentirem importantes e amados;
  • Busca pela aprovação e aceitação do outro;
  • Baixa autoestima e insegurança;
  • Crença de que, sem a sua ajuda, as pessoas são incapazes de realizar determinadas tarefas.

Essas pessoas tentam tomar todas as decisões importantes da vida de seus parceiros e assumem suas responsabilidades, mesmo quando a outra pessoa não pede. Depois acabam por sentirem que deram muito de si, o que causa ressentimento e rejeição pelo outro. Quem sofre dessa síndrome não sabe que seu comportamento é problemático.

Possuem dificuldade em controlar suas próprias emoções dentro de um relacionamento. Acreditando que seus sentimentos dependem das ações de outras pessoas. Sendo assim, sentem que não podem fazer nada para se controlar ou dominar seus humores.

Possuem tendência a ser muito exigentes com as pessoas importantes em sua vida, como parceiros, amigos ou parentes. Isso ocorre porque eles acreditam que a única maneira de se sentirem bem é controlando os outros, fazendo com que eles se comportem da maneira que gostariam.

São incapazes de resolver seus próprios problemas e as dificuldades que enfrentam em suas vidas e voltam sua atenção para tentar resolver o problema dos outros, geralmente de forma muito agressiva.

A síndrome de Wendy não está incluída em nenhum manual oficial de diagnóstico no campo da psicologia e não é considerada um verdadeiro distúrbio mental.

O processo que leva uma pessoa a desenvolver a síndrome de Wendy é muito complexo e não há uma única causa. Certos aspectos da personalidade são determinados no nível biológico. Existem pessoas que tem forte tendência ao humor depressivo, a dificuldade em controlar suas próprias emoções, a busca por segurança em elementos externos e a prevenção de confrontos. Os indivíduos com síndrome de Wendy compartilham uma série de crenças sobre seus próprios sentimentos, relacionamentos e o que significa amor que pode piorar ou até causar muitos dos sintomas. Essas maneiras de pensar são muitas vezes herdadas dos pais e da cultura, transmitidas por toda a infância e adolescência. Ela pode aparecer como consequência de diferentes experiências que ocorreram à pessoa ao longo de sua vida. Sabe-se que ter abuso sexual, ter um parceiro tóxico ou desenvolver um relacionamento dependente com os pais torna esse distúrbio mais provável.

A Síndrome de Wendy não afeta apenas os relacionamentos pessoais da vida da pessoa, mas todas as áreas da sua vida. Geralmente, causa doenças mais graves, como depressão, ansiedade ou distúrbios de personalidade. Dai, a importância de buscar uma ajuda psicológica logo no início para a situação não ir se agravando.

Para eliminar este tipo de comportamento, é preciso olhar para os seus relacionamentos e reconhecer o problema. Entre algumas dicas:

1)Aprenda a dizer não e delegue tarefas: isso é fundamental para o amadurecimento emocional. A dificuldade em negar algo para alguém está relacionado ao desejo de ser aceito e ao medo da rejeição. Quando você ignora sua vontade de dizer não, acaba deixando seus desejos e vontades em segundo plano. Aprenda a delegar as tarefas e evite ter uma postura centralizadora nos relacionamentos.

2) Invista no seu autoconhecimento: olhe para você e entenda quais são suas características positivas e negativas. Assim, é possível lidar de maneira saudável com as questões suas que precisam ser melhoradas e valorizar suas habilidades e qualidades.

3) Pare de se cobrar tanto: evite ficar se culpando quando algo não sai conforme o planejado ou se criticar por falhas eventuais. Não se sinta todo o tempo na necessidade de agradar os outros e entenda que todo erro é importante para o aprendizado e desenvolvimento. Lide com os erros e dificuldades de forma mais saudável, não deixando atrapalhar sua autoestima.

4) Reveja crenças limitantes: pense sobre a forma como você se comporta nos seus relacionamentos. Avalie se a insegurança e a necessidade em ser aceito podem estar impedindo que você evolua em determinados pontos da sua vida. Canalize sua energia em você, olhe para os gatilhos que geram esses comportamentos e tente entender como eles se instalaram dentro de você.