O isolamento social é caracterizado pela ausência ou afastamento de contatos sociais primários ou secundários, ou seja, viver sozinho e rejeitar a companhia dos outros, seja ela individual ou junto à sociedade. Temos o isolamento social voluntário e involuntário. No isolamento social voluntário a pessoa, por conta própria, afasta-se do grupo por diversas razões, como depressão ou sentimento de não identificação com ele.
No momento atual estamos no isolamento social involuntário por estarmos diante de uma pandemia. Esse tipo de isolamento pode ocorrer por diversas questões como: a guerra (quando os civis são obrigados a isolar-se em casa ou em abrigos por segurança); questões sanitárias (quando há uma epidemia que obrigue os indivíduos a isolarem-se para que não haja alastramento da doença); e por crimes (quando um criminoso é isolado da sociedade em um presídio para que ele não coloque-a em risco).
Mesmo com o isolamento social, você precisa buscar o apoio de outras pessoas. Converse com amigos e familiares sobre seus sentimentos, medos e expectativas. Conversar sobre emoções ajuda as pessoas a identificá-las e buscarem ferramentas para lidarem com elas.
Com esses tipos de isolamento ocorrem quadros de doenças psíquicas que, quando não tratadas ou muito profundas, levam-nas ao isolamento social. Geralmente, a situação mental da pessoa leva-a a rejeitar o contato social por não se ver como parte daquele todo (a sociedade) ou justamente pelo sofrimento que esse convívio pode provocar nelas.
Os dois tipos de isolamento podem trazer sérios prejuízos para os indivíduos e para a sociedade. As pessoas que estão acostumadas a uma rotina de convívio social podem sentir as consequências da interrupção abrupta da interação social. A suspensão da prestação de serviços e o fechamento de espaços de convivência, bem como a obrigatoriedade de ficar em casa, podem desencadear quadros de ansiedade e depressão, que podem provocar, em casos mais sérios, crises que culminam, na pior hipótese, na morte da pessoa acometida por elas.
As pessoas que já tinham quadros de instabilidade mental e psíquica podem sofrer um agravamento deles, havendo até o pensamento suicida ou o suicídio. Além dos prejuízos de saúde imediatos, há os prejuízos econômicos e sociais.
Fomos forçados a enfrentar um problema extremamente complexo e fomos obrigados a quebrar velhos paradigmas para criar uma rotina de vida. Esse desafio foi bastante difícil no início. Não estávamos acostumados a parar. Somos conectados com a tecnologia, vivemos em um ritmo acelerado, correndo contra o tempo, porque aprendemos que “tempo é dinheiro”.
Essa aceleração social do tempo influencia a forma como vivemos e nos relacionamos com o mundo, provocando reações em nossa saúde física e mental. Estávamos esgotados e cansados. Ligados a pilotos automáticos, não prestávamos atenção nas coisas a nossa volta. Pensava muito no futuro, não parando para viver o hoje.
Já vivíamos em estado de esgotamento emocional há tempos, e tivemos que aprender a criar rotinas e conexões neurais que nos permitam sair do automático. Isso só foi possível através da criatividade para atravessar este período, mantendo a nossa imunidade física e emocional em níveis elevados.
A ciência já comprovou há anos a relação entre os fatores psicológicos e a saúde física dos indivíduos. Estados de estresse crônicos contribuem para um estado de exaustão do organismo, provocando seu desequilíbrio. Nossas experiências e traumas do passado também podem influir de forma problemática nesse período difícil. Não decidimos sair do piloto automático por vontade própria. Essa situação que aconteceu rapidamente nos pegou desprevenidos. Fomos pegos de surpresa por um inimigo e tivemos de sair da zona de conforto. Foi preciso um vírus para parar o mundo.
Cada organismo age de uma forma diante de situações. Com a pandemia veio o medo da morte, o medo sobre o futuro, sobre as finanças, medo de não poder quitar suas dívidas, medo pelos nossos entes queridos.
Muitos ficaram em agitação, estado de alerta ou tiveram pensamentos obsessivos sobre a doença, necessidade de ver e ouvir constantemente informações sobre o coronavírus, além de dificuldade para realizar tarefas diária, alterações nos padrões de sono e alimentar. Com o confinamento, muitos se confrontaram com traumas, obsessões, compulsões, dramas, angústias… Também foram identificadas dificuldade de se concentrar, piora dos problemas crônicos de saúde e o maior uso de álcool, tabaco ou outras drogas e vícios, como compras online e outras compensações por meio de pequenos prazeres que ajudam a enfrentar a vida, mas cujo excesso pode destruir a nossa saúde física e mental e até mesmo financeira.