Automutilação em adolescentes

Nos dias atuais, a automutilação tem sido muito comum entre jovens. Entre os meios que podem ser usados na automutilação temos: lâminas de barbear ou facas, queimaduras, tesouras, mordidas. Esses atos são praticados longe das outras pessoas, no quarto ou banheiro. Estas lesões praticadas repetidamente, ao contrário do que muitos pensam, não têm a intenção de chamar a atenção, representam antes uma forma de controlar as emoções, ansiedades, raiva, sensação de vazio, uma expressão de grande mal-estar interno, como forma de aliviar fisicamente a dor que é psicológica e emocional. É uma forma do adolescente punir-se por sentir culpado por determinada coisa. Podendo ser, inclusive, traumas de infância o qual trazem determinadas crenças como desamor, desvalor e desamparo fazendo com que se punam. Os pais muitas vezes, sem dar-se conta, podem apresentar falas que quando o jovem escutou faz com que se culpe. Por isso, é muito importante estar atento ao que falamos perto de nossos filhos desde crianças. A partir da infância, as pessoas desenvolvem determinadas crenças sobre si mesmas, outros e o mundo. Essas ideias são consideradas como verdades absolutas. A crença pode manter-se apenas quando a pessoa está em um estado deprimido ou pode estar ativada grande parte do tempo.

Muitos casos de automutilação observam-se na fase da adolescência (onde ocorrem alterações em todos os sentidos), pelo que é mais um motivo para os pais estarem muito atentos à expressão emocional dos filhos nesta fase complicada, prevenindo que as intolerantes dores sentimentais e conflitos do cotidiano se silenciem com autoagressões.

Várias são as causas que podem estar na origem ou associadas a este comportamento autodestrutivo: problemas emocionais, depressão, ansiedade, bipolaridade, perturbações de personalidade, perturbações de comportamento alimentar, entre outras.

Na maioria das vezes os pais demoram a ter conhecimento, pois normalmente os cortes são em regiões difíceis de visualizar. Quando tomar conhecimento devem procurar um psicólogo e psiquiatra, para que auxilie o jovem a compreender as razões do seu comportamento e a reconciliar-se com o corpo, limitando os danos possíveis.

Realizar um acompanhamento profissional é essencial para ajudar os jovens a darem nome às suas emoções, a identificarem formas saudáveis e adequadas de lidar com os seus problemas e angústias, a aumentarem a autoestima e aprenderem a gostar de si mesmos.

Em termos familiares é também muito importante repensar o que poderá estar acontecendo. Muitas vezes, este comportamento mostra algumas carências (na família, amigos e outros grupos de referência) que deverão ser analisadas. É essencial restaurar o diálogo de forma a poder ouvir este grito de socorro do seu filho.

Percebendo qualquer comportamento ou hábito diferente no adolescente é importante manter um diálogo e ver se o mesmo se abra e conte o que está ocorrendo. Uma situação que pode ser sinais que a prática vem ocorrendo é adolescentes que não colocam biquínis ou sungas na praia, só querem colocar roupa de frio ou mesmo só usar calças. A ajuda de um profissional é fundamental para solucionar o causa e fazer com que o jovem venha expressar seus sentimentos por meio da terapia.