Ciúme possessivo

Aproveitando a semana do Dia dos Namorados, falarei sobre um assunto bastante comum e presente em muitos relacionamentos: o ciúme possessivo.

O ciúme possessivo existe e está presente em muitos relacionamentos. Existem formas de contornar isso para o relacionamento tornar-se mais saudável.

O ideal é trabalhar a confiança entre o casal. Uma quantidade aceitável de ciúme geralmente é apreciada pelos parceiros. As pessoas sentem necessidade e gostam de saber que são amadas e desejadas. Dessa forma acreditam que uma manifestação de ciúme é como uma reafirmação do laço entre o casal.

Já o ciúme possessivo é tão intenso e invasivo que estraga os relacionamentos. Nesse caso ou o casal termina e cada um segue o seu próprio caminho ou a relação acaba por ser um relacionamento doentio.

Todos nós sentimos um pouco de incerteza quando o assunto é sobre relacionamentos. As relações não amorosas também podem despertar o medo da rejeição. Contudo, esse medo se transforma em pavor quando se trata de amor. Nascendo por meio de sentimentos como baixa autoestima, medo de rejeição e, principalmente, medo de perder a pessoa amada.

Pessoas inseguras sentem ciúme possessivo, não confiando em si mesmos nem nas outras pessoas. Mesmo que o outro demonstre o amor sentido, elas não acreditam. O excesso de insegurança acarreta comportamentos controladores, pois os medos são projetados no parceiro.

A demora para atender o celular e chegar atrasado alguns minutos em casa são razões para despertar o ciúme. Assim, o sentimento de posse cresce e o contato do parceiro com os amigos e familiares, as roupas que usa, os lugares que frequenta e as atividades que faz além do trabalho passam a serem controladas.

Quando estamos em um relacionamento, o controle sob o outro pode passar despercebido em nossas atitudes. Qualquer palavra mais áspera ou conduta diferente pode ser motivo para ficarmos abalados e nos colocarmos no lugar da vítima, afinal, é o parceiro quem está sendo cruel.

Numa relação onde há amor e confiança, essas preocupações são desnecessárias. O amor é o sentimento mais brando que podemos carregar em nós e dele surgem somente emoções e sensações boas. E o ciúme está distante disso. É necessário trabalhar questões como insegurança, confiança e autoestima.

Repense se há alguma razão para ter ciúme ou por que você acredita que será traído ou abandonado. É importante também pensar se ocorreu algo para levá-lo a pensar nessa possibilidade.

Quando o outro tem condutas que colocam em dúvida a sua fidelidade, você deve esclarecer como se sente em relação ao comportamento dele ou dela. Ressalto que é impossível controlar os outros. Precisamos ter autoconfiança e acreditar que conseguimos lidar com as dificuldades da vida, inclusive com os términos. Quando há mais confiança tomamos decisões mais assertivas e não fundamentadas em suspeitas de ciúme.

O excesso de ciúme pode ser um mecanismo de defesa desenvolvido no passado para evitar o sofrimento. É preciso se libertar do passado para dar certo num novo relacionamento. Mesmo se você foi traído, rejeitado ou teve uma experiência ruim na infância é preciso acreditar que você é uma pessoa diferente, mais forte, consciente e madura. Fazendo terapia você conseguirá se libertar do passado e das inseguranças presas dentro de si. Se tanto você quanto seu companheiro sentem esse tipo de ciúmes, a terapia de casal também é recomendada.