Câncer de estômago está entre os tumores malignos mais comuns no Brasil

Considerado um dos tumores de maior incidência no Brasil, o câncer de estômago, também conhecido como gástrico, é o quarto tipo mais frequente entre homens e o sexto entre as mulheres. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados, para cada ano do triênio 2023-2025, 21 mil novos casos.

“A neoplasia no estômago ocorre em função de um crescimento anormal de células. O tipo adenocarcinoma é responsável por cerca de 95% dos casos de tumor, atingindo, majoritariamente, homens na faixa etária acima dos 50 anos. Como essa é uma doença que se desenvolve de maneira silenciosa, as iniciativas de conscientização se tornam ainda mais necessárias”, destaca Dra. Cristiane Mendes, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto.

Sintomas

Não existem sintomas específicos que levem a uma rápida identificação do câncer de estômago, principalmente em sua fase inicial. No entanto, alguns sinais merecem atenção:

– Perda de peso;
– Perda de apetite;
– Fadiga;
– Sensação de estômago cheio;
– Dificuldade para engolir;
– Vômitos;
– Náuseas;
– Desconforto abdominal persistente.

Estes sintomas, porém, são comuns a diversas outras doenças benignas, como úlcera e gastrite. Logo, percebê-los não é sinônimo de estar com câncer de estômago. Por isso, é necessário buscar a orientação de um médico especialista e manter os exames de rotina em dia.

Diagnóstico e opções de tratamento

O diagnóstico de câncer gástrico é feito pela endoscopia digestiva alta que permite ao médico visualizar o esôfago e o estômago, além de fazer biópsias (retirada de pequenas amostras do tecido).

Caso o diagnóstico de câncer gástrico seja confirmado, exames complementares podem ser necessários, como a tomografia computadorizada, que avalia a extensão do tumor.

As opções de tratamento dependem da localização, do estágio em que se encontra e da agressividade da doença. “Com os constantes avanços na medicina, hoje dispomos de um arsenal terapêutico muito maior e mais resolutivo do que tínhamos há alguns anos, com intervenção cirúrgica, quimioterapia, radioterapia, terapias-alvo e imunoterapia, que são indicadas individualmente ou de forma complementar, a depender das especificidades do quadro”, completa a médica.

Prevenção

A melhor maneira de se prevenir é evitando os principais fatores de risco, que são:

– Doença do refluxo gastroesofágico;
– Obesidade;
– Dieta rica em sódio (sal) e alimentos defumados;
– Baixo consumo de frutas e vegetais;
– Histórico familiar;
– Infecção pelo vírus H. Pylori;
– Pólipos gástricos;
– Tabagismo.

Alimentação é elemento chave

De acordo com a nutricionista da Oncoclínicas Ribeirão Preto, Érica Bronzi Fagundes, estudos indicam que cerca de 30% dos casos de câncer podem ser prevenidos por um estilo de vida mais saudável. “Diversos estudos revelam que indivíduos que consomem uma alimentação balanceada, rica em alimentos de origem vegetal como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, apresentam menor risco de desenvolverem novos casos de câncer. Em contrapartida, uma alimentação com excesso de embutidos, defumados e vegetais em conserva apresentam um risco aumentado para o desenvolvimento desse quadro”, observa.

O Fundo Global de Pesquisa sobre o Câncer (WCRF) e o Instituto Americano de Pesquisa para o Câncer (AICR) indicam que a ingestão de fast food e alimentos com alto teor de sódio e açúcar apresentam um crescente aumento em todo o mundo, ocasionando sobrepeso e obesidade e, consequentemente, mais casos de câncer. Há indícios de que ao menos 13 tipos de neoplasia estão associados ao excesso de peso e alimentação inadequada. “Como estratégia preventiva, hábitos nutricionais saudáveis, a suspensão do tabagismo e do consumo excessivo de bebidas alcoólica contribuem para reduzir a incidência de câncer entre as pessoas”, finaliza a nutricionista.