O Carnaval é uma das datas comemorativas mais importantes no calendário do brasileiro, e também uma das mais antigas. É uma festa para extravasar, se jogar e curtir tudo que ela tem para oferecer: comidas, bebidas, pessoas, fantasias, brincadeiras e o que mais vier pela frente.
Tantas possibilidades podem ser tentadoras, mas também levantam questões importantes, como: o que meu comportamento diante dessa festa diz sobre mim? Como curtir o carnaval com liberdade, mas também sem abrir mão do controle e da responsabilidade? O que a psicologia tem a dizer sobre uma festa com tantos excessos?
O Brasil é um país conhecido mundialmente pelo seu povo caloroso, hospitaleiro, festeiro e alegre. Muito disso tem relação com o Carnaval.
Durante o carnaval o povo interrompe suas atividades cotidianas e se permite vivenciar a experiência carnavalesca sem ter que comparecer ao escritório em plena semana, começar a beber logo cedo, fantasiar-se do que quiser, conhecer pessoas novas, curtir blocos, e desprender-se da sua rotina.
Com o uso das máscaras é possível desfrutar da totalidade misturando com pessoas, apreciando as bebedeiras e os prazeres carnais preservando o sigilo sobre sua identidade. O uso de fantasias cumpre a função da diversão e agem como ponte para que o indivíduo se liberte do seu personagem usual papel que desempenha diariamente) e assuma um papel livre de censura.
Por que no carnaval vivemos uma realidade tão diferente da nossa? Por que existe a necessidade de um feriado que nos permita viver o que a vida cotidiana não permite? Utilizando alguns preceitos da Terapia Cognitivo Comportamental.
A abordagem acima busca reconfigurar a ligação entre o pensamento e comportamento, de modo a transformar reações automáticas em decisões conscientes. Com o tempo, vivências, experiências e traumas se sedimentam no subconsciente, criando regras, crenças e padrões de comportamento que podem agir negativamente em sua vida. O trabalho do psicólogo nesses casos é identificar esses padrões, desmistificá-los e encontrar novas possibilidades para abordar situações.
A terapia cognitiva comportamental pode ser útil quando, em contato com o universo de possibilidades que o carnaval oferece, nossa primeira reação envolve a escolha de viver uma realidade diferente da nossa. Porque precisamos de um feriado que nos permita extravasar? Como tornar nossas rotinas um hábito saudável, que não nos faça sentir sufocados?
Situações estressantes se tornam frequentes, e a busca por escapes emocionais se torna um hábito. Dessa forma a necessidade constante por válvulas de escape representa que há algo errado, é importante avaliar também o teor das atividades que nos proporcionam a sensação de fuga, pois nem todas trazem benefícios.
É necessário ponderar que todo excesso é ruim para nossa saúde e, por isso, precisamos aprender a balancear o bom e o ruim, cultivando hábitos que realmente tragam benefícios para todos os aspectos de nossas vidas.
O ser humano normalmente espera a passagem de ciclos para realizar mudanças significativas. Por que esperarmos a segunda feira ou o próximo mês para começarmos algo? No Brasil, o ano começa pra valer depois do Carnaval… A terapia que você colocou nas suas resoluções de ano novo e ainda não saiu do papel pode se tornar realidade ainda hoje.
Não espere o carnaval acabar para cuidar da sua saúde mental. Aproveite o Carnaval, mas cuide da sua saúde física e mental.