O Setembro Amarelo é uma campanha de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015 no Brasil. O número de casos está aumentando no país. O suicídio é um problema de Saúde Pública, um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta.
Mas, como buscar ajuda se a pessoa nem sabe que pode ser ajudada e que o que ela passa naquele momento é mais comum do que se divulga? Ao mesmo como é possível oferecer ajuda a um amigo ou parente se também não sabemos identificar os sinais e muito menos temos familiaridade com a abordagem mais adequada?
O tema gera preocupação. A taxa de suicídio a cada 100 mil habitantes chegou a 9,2 entre os homens, um aumento de 28% em uma década. Entre as mulheres, a taxa é de 2,4. O suicídio já é a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil.
Todos os dias, 32 brasileiros tiram a própria vida. Quase 1 milhão de pessoas se matam por ano, uma a cada 40 segundos – são mais vítimas que todas as guerras, homicídios e conflitos civis somados. E, para cada morte por suicídio, existem outras 10 ou 20 pessoas que já tentaram fazer o mesmo.
O suicídio costuma vir acompanhado de um fator que contribui para o seu alastramento: o silêncio. Não é agradável falar sobre quem se matou ou tentou se matar. Ao mesmo tempo, discutir o assunto e, entender os fatores que levam a ele, são as únicas armas que temos contra o suicídio.
Reconheça os sinais:
- Frases ou publicações nas redes sociais que falem de solidão, isolamento, culpa, apatia, autodepreciação, desejo de vingança ou hostilidade fora do comum. Coisas como: “Não faço nada direito, sou um lixo”, “Não quero sair da cama nunca mais”, “Mais uma madrugada sem sono”, “Quero que todo mundo se dane”, “Vocês não vão precisar mais se preocupar comigo”;
- Impulsividade: aumentar o uso de álcool ou drogas, mudanças drásticas de peso, dirigir perigosamente;
- Uso frequente de emojis negativos;
- Perguntas sobre métodos letais, como facas, armas ou pílulas;
- Enaltecer e glamorizar a morte;
- Desfazer-se de objetos pessoais e dar adeus;
O maior previsor de suicídio é a ocorrência de doenças mentais. Segundo a OMS, 90% das pessoas que se suicidam apresentavam algum desequilíbrio, como depressão, transtorno bipolar, dependência de substâncias e esquizofrenia e, 10% a 15% dos que sofrem de depressão tentam acabar com a vida. A OMS defende que 90% dos suicídios poderiam ser evitados. O desafio é cuidar das doenças mentais como cuidamos das outras doenças. Cerca de 60% das pessoas que se suicidam nunca se consultaram com um psicólogo ou psiquiatra. O primeiro passo para a prevenção é falar sobre o suicídio.
Desde junho do ano passado, a rede social dispõe desse recurso de segurança em que é possível avisar se algum amigo corre perigo. Se você notar que um conhecido publicou conteúdos com tendência ao suicídio ou mutilação, você pode fazer uma denúncia e a pessoa receberá uma mensagem dizendo que um amigo se preocupou com ela. Na mensagem à pessoa em perigo, o Facebook sugere algumas opções, como conversar com alguém ou fazer contato com o CVV (Centro de Valorização da Vida).
Para alcançar ainda mais gente, o Facebook está desenvolvendo também um algoritmo que detecta palavras de risco nos post dos usuários e até nos comentários de amigos. O algoritmo pode disparar o alerta de suicídio mesmo que ninguém faça a denúncia.
Ao ver uma postagem suspeita, notifique o Facebook e entre em contato com o amigo. Se alguém ameaçar tirar a própria vida, sempre leve a sério: ligue para o 190 ou acompanhe seu amigo pessoalmente até a emergência mais próxima. Depois de uma ameaça de suicídio, entre em contato periodicamente com a pessoa. É importante que pessoas com Transtornos mentais sejam tratadas. É importante dificultar acesso a meios para cometer o suicídio e investir na capacitação de membros da sociedade para identificação e abordagem a pessoas em risco. Fortalecendo os vínculos sociais, habilidades de resolução de problemas, autoestima dos adolescentes, expressão emocional é uma forma de prevenirmos o suicídio.
Caso você tenha tido pensamentos suicidas ou desconfie de alguém que tenha não deixe de buscar ajuda. Falar sobre isso é a melhor solução! Procure um tratamento com psiquiatra e psicólogo!