18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Mais da metade dos abusos (67%) ocorrem dentro de casa e entre pessoas próximas à família, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança.
A educação sexual é uma ferramenta muito importante na prevenção de casos de violência sexual. Crianças que conhecem seu corpo e sabem reconhecer quando sua privacidade é violada têm mais chances de relatar situações de abuso a um adulto de confiança.
Ensinar, desde cedo e com abordagens apropriadas para cada faixa etária, conceitos de autoproteção, consentimento, integridade corporal, sentimentos e a diferença entre toques agradáveis e toques desconfortáveis é fundamental para aumentar as chances de proteger crianças e adolescentes de possíveis violações.
Dialogar sobre temas que envolvem sexualidade pode trazer muitos benefícios para a saúde sexual, física e emocional de crianças e adolescentes. É muito importante saber a hora e a melhor maneira de falar sobre sexualidade com as crianças e adolescentes. Respeitar as fases de crescimento e o que abordar em cada uma delas pode auxiliar a evitar problemas na maneira de lidar com a questão, respeitando formas de expressão da sexualidade, sem reprimi-las, e empoderando meninas e meninos sobre o seu próprio corpo.
Educar sexualmente crianças e jovens é uma tarefa difícil para pais e um desafio para as escolas. Educação sexual é um assunto delicado, que deve ser tratado de maneira natural, não dando para fugir do assunto e perguntas das crianças.
Se o tema for abordado naturalmente desde cedo, mais fácil se tornará quando eles forem crianças maiores ou adolescentes. É extremamente necessário que eles compreendam quando houver um comportamento abusivo por parte de um adulto ou de crianças mais velhas. Temos que ficar atentos, pois os números de violência e abuso sexual contra crianças e adolescentes são assustadores.
O abuso sexual infantil pode ser manifestado de várias formas:
Esta forma de violência pode ser definida como qualquer contato ou interação entre uma criança ou adolescente e alguém em estágio psicossexual mais avançado do desenvolvimento, na qual a criança ou adolescente estiver sendo usado para estimulação sexual do perpetrador. A interação sexual pode incluir toques, carícias, sexo oral ou relações nas quais não há contato físico, tais como voyerismo, assédio e exibicionismo (HABIZANG, et al., 2009)
A maioria da violência sexual contra crianças e adolescentes ocorre em casa com familiares ou pessoas próximas da família, é de extrema importância que sejam criadas formas para identificar e combate esse tipo de violência. Como na pandemia as crianças ficaram mais em casa, a violência sexual dentro dos próprios lares aumentou.
Os primeiros sinais presentes em alguém que passa por situações de violência são as mudanças bruscas de comportamento. Por exemplo, uma criança sociável que passa a não gostar mais de interagir outras pessoas. Outro sinal são as marcas no próprio corpo das crianças, que algumas até tentam esconder por medo ou vergonha. Comportamentos erotizados, como a masturbação em locais públicos.
O lugar mais propício para diagnosticar a violência sexual é na escola. Grande parte dos casos são identificados por professores e funcionários da escola. É muito importante que os professores consigam abordar esse tipo de assunto dentro da sala de aula, com o objetivo de os alunos aprenderem a diferença de afeto e abuso, a conhecerem o próprio corpo e poderem se defender de uma possível violência sexual.
Para adolescentes a educação sexual ajuda a prevenir doenças sexualmente transmissíveis e uma indesejada gravidez na adolescência. É importante que os adolescentes conheçam o próprio corpo e tenham um ambiente seguro para tirar dúvidas.