O impacto da atividade física na prevenção e tratamento do diabetes mellitus

O diabetes é uma doença que pode acontecer de quatro diferentes maneiras: Tipo 1, Tipo 2, Tipo 3 e Tipo 4, e em todos os casos existem alterações que conduzem a um estado de hiperglicemia.

Existem várias recomendações sobre a prática de atividade física para pessoas portadoras do diabetes melittus e a Associação Americana de Diabetes (ADA) apontou algumas delas como fundamentais para a prevenção e tratamento da doença.

De acordo com o médico do Hospital São Jorge e da Clínica Unique Barretos, e membro titular da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, dr. Jorge Rezeck, a atividade física permite abaixar a resistência à insulina e melhorar a condição glicêmica do organismo.

“Durante a atividade física, a glicose entra na cadeia respiratória celular, independente da insulina, quando nós não estamos sob demanda de atividade física, nós necessitamos da insulina para transportar a glicose na cadeia respiratória. Na atividade física, a resistência
insulínica cai e a glicose consegue entrar de uma maneira mais fácil na célula para a geração de energia, melhorando a condição glicêmica do organismo”, explicou o médico.

“De longe, um dos melhores tratamentos que existe para controle de diabetes é a prática permanente de atividade física, pois um dos dois maiores consumidores de glicose do organismo é o músculo, então quanto mais nós treinarmos nosso músculo, maior será a capacidade de captação de glicose, e consequentemente, é possível reduzir a glicose sistêmica”, acrescentou o especialista.

Entre as recomendações apontadas pela ADA, está 1 hora ou mais, por 3 dias na semana, de atividade aeróbica moderada ou intensa, somada ao fortalecimento muscular e ósseo para crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 ou tipo 2 ou pré-diabetes. Para os adultos, é indicado praticar pelo menos 1 hora e meia de atividade aeróbia cuja intensidade pode variar de moderada a intensa, mantendo 50 a 80% da frequência cardíaca máxima 3 vezes na semana.

Os idosos diagnosticados com diabetes, por sua vez, podem praticar atividades de flexibilidade de 2 a 3 vezes na semana, o que aumentará também a força muscula e o equilíbrio.

O dr. Jorge Rezeck comentou, ainda, sobre a atividade física para pacientes diabéticos idosos e a importância de manter um bom condicionamento como um dos principais tratamentos contra o diabetes.

“A atividade física não tem idade, quanto mais nos movimentarmos melhor. Na terceira idade, a atividade física ajuda a reduzir a perda de massa muscular relacionada ao envelhecimento. Quanto menos perdermos músculo, melhor é a captação de glicose e por isso no paciente idoso diabético é muito importante mantermos a massa muscular, porque quanto menor for a
massa muscular, menor é a captação de glicose e maior o risco de elevação da glicemia”, afirmou.

O médico ressaltou que as atividades físicas devem ser mescladas entre
aeróbica e exercícios de resistência.

“As principais recomendações para o paciente diabético e mesmo para os não-diabéticos é mesclar atividades aeróbicas e atividades de resistência, pois a atividade aeróbica dá o condicionamento cardiovascular, entre elas estão natação, corrida, ciclismo, spining, e
qualquer atividade em que a gente faça movimentos repetitivos de alta frequência”, aprontou o especialista.
“As atividades de resistência, como musculação, levantamento de peso, crossfit, entre outras, ajudam no desenvolvimento muscular, e como explicado anteriormente, diminui a glicemia, o ideal é mesclar as duas atividades ao longo da semana, metade do treino de atividade aeróbica e metade de atividade de resistência”, concluiu o dr. Jorge Rezeck.