O tratamento psicopedagógico e sua importância no aprender

Na primeira consulta, o psicopedagogo procura compreender os elementos que desfavorecem o processo de aprendizagem do paciente. Estuda a sua relação com o aprender e analisa a influência de fatores ambientais, emocionais e afetivos.

Os pais podem muitas vezes colocar seu filho de castigo ou se queixarem de seu comportamento sem saber que não se trata de um problema de conduta, mas, sim, de um distúrbio de aprendizagem. O tratamento negativo dos pais pode danificar a autoestima da criança de maneira drástica e reforçar a crença de que ela, de fato, é péssima com os estudos.

O psicopedagogo ouve as preocupações tanto dos familiares quanto dos docentes. Informações de outros profissionais que atenderam a criança, como fonoaudiólogos, pediatras e psiquiatras, são igualmente importantes para ajudar no diagnóstico.

Em seguida, o profissional conversa com o paciente individualmente para observar o seu comportamento e estimulá-lo a citar as suas dificuldades. No caso das crianças, esse diálogo requer o uso de técnicas de ludoterapia.

Depois, o psicopedagogo preenche um questionário completo sobre a situação do paciente com base na escuta. Ele é essencial para dar início ao acompanhamento psicopedagógico porque permite a elaboração de hipóteses sobre a causa da dificuldade de aprendizagem.

Os pais ou cuidadores, bem como a escola, são envolvidos ao longo do acompanhamento. O profissional, então, conversa diretamente com a coordenação da escola e observa o modo de agir do paciente em sala de aula. Esse trabalho é importante, pois muitas crianças possuem condutas diferentes na escola. Elas podem ser hiperativas, agressivas ou muito quietas.

Os familiares também são convidados a participar do acompanhamento com frequência. Portanto, antes de dar início ao mesmo, precisam estar cientes da necessidade de dedicar o seu tempo a ele. As consultas com os pais são feitas individualmente para que possam ficar à vontade para se expressarem.

O profissional pode pedir para conversar somente com um pai de cada vez tanto no caso de casais juntos quanto de casais separados.

Após um período, o psicopedagogo junta todos os dados coletados e estabelece um diagnóstico. Ele faz a devolutiva para os pais, onde os informará sobre os caminhos a serem seguidos para ajudar a criança. Depois, a realização de atividades para estimular as funções cognitivas do paciente. Da mesma forma, as questões afetiva e social atreladas à dificuldade de aprender são trabalhadas. As crianças recebem um tratamento lúdico através de brinquedos, desenhos ou pinturas, jogos, brincadeiras, jogos, entre outros.

O psicopedagogo melhora a relação entre o paciente e o aprender, ajudando-o a retomar o gosto pela aprendizagem. Algumas ações adotadas pelo profissional ao longo do atendimento são:

  • organização da vida escolar de crianças e de adolescentes para que possam utilizar melhor o seu tempo de estudo;
  • elaboração de um planejamento de estudos e ajuda para fazer anotações mais fáceis de compreender;
  • determinação dos materiais escolares necessários para facilitar os momentos de estudo;
  • identificação das disciplinas escolares consideradas mais complicadas;
  • definição de métodos para melhorar o aprendizado dessas disciplinas;
  • avaliação dos sentimentos e crenças em relação à escola, aos familiares e a si mesmo;
  • reconhecimento do estilo de aprendizagem do paciente e orientação para atividades escolares ou acadêmicas futuras;
  • valorização das qualidades e das habilidades;
  • recuperação da autonomia e da autoconfiança, especialmente em relação ao ato de aprender; e
  • desenvolvimento do raciocínio lógico através de jogos e desafios lúdicos.
  • Além do ambiente escolar, o relacionamento com os pais e demais parentes também é avaliado para determinar uma possível causa da dificuldade de aprender. Quando o ambiente familiar não é favorável ao aprendizado a criança naturalmente apresenta dificuldades na escola e em outros contextos sociais. Sendo assim, o profissional conversará com os pais para fazer modificações no ambiente familiar.