A vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, de 2024, marca seu retorno à Casa Branca e traz novas expectativas sobre as relações internacionais, especialmente para países emergentes como o Brasil. O republicano, que retorna para um segundo mandato não consecutivo, já traçou uma linha de governo que promete impactar o comércio exterior, a economia global e a política migratória. Mas o que o Brasil pode esperar desse novo cenário?
Economia e comércio exterior
Entre as principais propostas de Trump estão os impostos sobre produtos estrangeiros, que devem afetar principalmente os itens importados da China. Isso pode abrir algumas portas para produtos brasileiros, como soja e carne, que já enfrentam uma competitividade acirrada no mercado internacional. No entanto, uma possível guerra comercial pode reduzir a estabilidade do comércio global, afetando a demanda de importantes parceiros econômicos do Brasil.
A política energética de Trump, focada na exploração de petróleo, também deve afetar o mercado global de combustíveis. Com o Brasil expandindo sua produção de petróleo no pré-sal, essa concorrência poderá desvalorizar os preços internacionais, o que, embora beneficie o consumidor, pode reduzir a receita da Petrobras e afetar a arrecadação do governo brasileiro.
Política migratória e impacto nas comunidades brasileiras
A agenda de Trump inclui um plano de deportação em massa para imigrantes irregulares, o que preocupa as comunidades brasileiras nos EUA. Estima-se que milhares de brasileiros vivam no país sem documentos, e um endurecimento das leis pode aumentar o número de deportações, impactando famílias e trazendo um desafio social para o Brasil ao receber esses imigrantes de volta.
Diplomacia e política externa
Trump deve manter a linha “América Primeiro” que caracterizou seu primeiro mandato, o que significa menos apoio aos acordos multilaterais. Para o Brasil, essa postura isolacionista abre uma oportunidade para que o país se posicione em fóruns internacionais, reforçando sua imagem como líder regional. Na prática, isso pode aumentar o protagonismo do Brasil em temas como meio ambiente e segurança, áreas em que a política de Trump diverge bastante das expectativas globais.
Cenário político e futuro
Com uma política interna conservadora e focada na expansão de seus poderes, Trump traz um clima de polarização política nos Estados Unidos, que pode respingar em aliados e influenciar o Brasil. A postura mais isolacionista pode exigir que o Brasil busque novos parceiros econômicos e amplie sua atuação no cenário global.
A vitória de Trump, assim, representa um desafio complexo para o Brasil, que precisará encontrar um equilíbrio entre seus interesses econômicos e diplomáticos, mantendo sua estabilidade e garantindo novas alianças no cenário mundial.
Igor Sorente é jornalista e empreendedor nos segmentos de marketing, audiovisual e produção de conteúdo.