Segunda-feira, 22 de julho de 2024. Século 21 (como se isso fizesse diferença). Inteligência artificial a todo vapor. A medicina cada vez mais avançada. Aplicativos ganhando fama por responder à quase todas as nossas dúvidas, exceto uma e a mais importante de todas: quando é que vamos, de fato, vestir a capa da humanidade confiada a nós há milhares de ano por um Criador que é só amor?
Surfando por uma rede social, me deparo com uma notícia assustadora, no mínimo: “Casal imita macaco em roda de samba”. E tinha imagem. Tinha o vídeo de uma dancinha medíocre e sem noção. Os negros não merecem. Os macacos não merecem. Ambos são bem diferentes e não podem receber nada menos que um respeito enorme. Essa alusão – tão antiquada quanto o caráter de certas mentalidades minúsculas – deveria ser extinta.
É no futebol, é no restaurante, é no clube, é no cinema, é na empresa. Não só negros, mas muito magros, muito gordos, muito altos, muito baixos, portadores de alguma enfermidade ou distúrbio mental, dois homens em uma moto, semianalfabetos, pobres e pessoas à margem da sociedade no geral são alvos do preconceito gerado por “valores” sem valor algum.
Lembro que quando comecei a trabalhar como secretária executiva, eu era baixinha, fora do peso e morena. Não era a loira alta e magra desfilando pelos corredores. Algumas pessoas não me cumprimentavam. Emagreci. Perdi peso e mudei um pouquinho o meu jeito de me vestir; passei a ganhar vários “ois”. Não estou nem falando de paquera, longe disso. Estou falando de um “bom dia” que antes eu não recebia por ser gordinha. Pasmem.
Eu só tenho uma curiosidade: como seria viver em uma terra em que todos tivéssemos as mesmas habilidades, a mesma raça, torcêssemos para o mesmo time de futebol (não haveria jogo, né?), comêssemos a mesma comida, tivéssemos o mesmo Q.I.? Como seria se todo mundo quisesse ser médico, dentista, frentista, açougueiro? Como seria se todos fôssemos iguais? Deus nos livre disso!
Deus nos livre da mesmice, do comum, do igual, do mais do mesmo. A única coisa que poderia parar de ser igual há séculos é o burro preconceito daqueles que se acham superior por serem diferentes. Era justamente o fato de sermos únicos que nos deveria fazer tão especiais.
Para finalizar: “Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar…”