Seja sua maior aposta!

Quando foi a última vez que você fez algo inédito, algo pela primeira vez? Um feito que fez você pensar: “isso não é para mim!”, e depois se surpreendeu? (Eu troquei o gás semana passada, pela primeira vez…rs).

Eu sempre gostei de escrever. Só que, claro, nunca me aventurei por todos os gêneros literários. E a paródia era um desses caminhos nunca percorridos por mim. Até que a faculdade de Letras, da qual sou estudante, pediu como exercício a paródia de um conto de fadas. Sentei na frente do computador e pensei: “E agora? Não vou dar conta.” Aí, resolvi buscar inspiração em outras paródias para eu conhecer mais a fundo esse tipo de texto. Só li uma, porque não quis me influenciar. Comecei a escrever. Assim que acabei, dei minha paródia para minha mãe (professora de Língua Portuguesa há anos ler). Para minha surpresa, ela amou o texto e teceu elogios. Fiquei extremamente feliz e confiante para enviar o exercício para a professora da faculdade. Quando a questão foi corrigida, também veio outra leva de elogios. E foi aí que eu decidi parar de duvidar de mim e ser minha maior aposta. Quando se coloca a alma e o amor em alguma coisa, dificilmente ela dá errado. E quando você confia em si mesmo (porque ser fã de outra pessoa é tão fácil, não é?), você cria uma força que te leva longe.

Por isso, tenha como meta para esse ano, que ainda está em seu primeiro mês: seja seu número da sorte, seu dia de arco-íris, sua fonte de inspiração.

Acredite, você pode!

A seguir, a tal paródia, para apreciação (ou não) de vocês. Porque eu já aprecio.

Força na peruca, Rapunzel!

Rapunzel e Gothel eram apaixonadas pelo mesmo rapaz: aquele de sorriso maroto, olhar penetrante (bem malandro mesmo, sabe?) e que dava nó em gota d’água. E as duas moças já não sabiam mais o que fazer para conquistar a atenção do bonitão conquistador e “171” do reino distante da Freguesia do Ó, um dos enormes bairros de São Paulo.

Flynn Rider ele se chamava. E, depois de ser cortejado por metade da ladeira abaixo e ladeira acima inteira, Flynn tinha se rendido aos encantos de Rapunzel. O motivo que fez o rapaz se interessar pela moça? Suas longas, lisas e loiras madeixas.

Gothel já não se aguentava de raiva e quebrou o rodo ao passar pano na sala, quando olhou para a televisão e viu que na novela a vilã sequestrava uma bebezinha. E, embora a Rapunzel já fosse moça criada, Gothel não teve dúvidas: tiraria a bonita de circulação.

Após um plano quase que bem bolado, Gothel leva Rapunzel para um barraco na favela, bem lá no alto, onde só quase os aviões conseguem alcançar. Preocupado com o sumiço da amada, Flynn Rider inicia uma investigação e descobre seu paradeiro. Gothel fica sabendo do iminente resgate e chega primeiro ao esconderijo onde colocou sua rival.

A doida sabia que o que tinha chamado a atenção de Flynn eram aquelas madeixas; então, em uma briga, ela passou a tesoura, deixando o cabelo da loira nos ombros. Flynn chegou bem na hora e, ao notar a provocação, disse:

– É fácil resolver isso! Vou pagar um aplique para Rapunzel no salão da Gorete. Amanhã mesmo, ela já vai ter grandes tranças e tudo o mais.

E todos viveram felizes para sempre, incluindo a Gorete, que faturou muito com o serviço, e exceto a Gothel, que ficou amarga e sem condições de pagar nem uma selagem no cabelo ressecado.