A Prefeitura da Estância Turística de Barretos, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano, se reuniu na manhã desta quinta-feira, 15 de junho, com representantes da Associação de Amigos do Autista (Ama), Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Casa Transitória André Luiz e Associação Barretense Vida Nova (Abavin) para apresentar o Projeto Girassol, que visa a implantação do “Cordão de Girassol” na cidade. O encontro ocorreu no Centro de Convivência do Idoso (CCI) “Fepasa”.
De acordo com a secretária de Assistência Social, Vitória Saretta, a reunião teve o intuito explicar sobre a importância do cordão e para ouvir a opinião das entidades que trabalham com pessoas com deficiência sobre o tema. O acessório é uma ferramenta internacional utilizada para reconhecimento de pessoas com doenças ou transtornos ocultos
“O cordão é um tipo de crachá onde a criança ou adulto é identificado para que ele tenha um atendimento adequado. A prefeita abraçou a causa e pediu que escutássemos, primeiramente, as entidades que fazem este atendimento. Por isso estamos aqui, neste momento”, contou.
Rosângela Marçal, coordenadora da Coordenadoria da Pessoa com Deficiência, destacou a boa aceitação das entidades. “É um projeto que vai impactar muito no município, porque na nossa região não tem nenhum semelhante. Nós vamos abraçar muito a causa e fazer um planejamento de ações no município inteiro, em órgãos públicos, privados e comunidade em geral”, contou.
Nadson Ayres dos Santos, estagiário da coordenadoria, falou sobre suas experiências pessoais, onde por diversas vezes precisou mostrar um laudo médico para ter seus direitos garantidos, além dos estigmas sociais e preconceito sofrido pelas pessoas com deficiências ocultas. “A falta de conscientização e compreensão sobre as deficiências ocultas contribuem para o estigma e o preconceito enfrentado por essas pessoas”, disse. “A principal violência que essas pessoas sofrem é a falta de reconhecimento dos seus direitos, colocar o cordão, se identificar e não ter que falar doze vezes para o motorista (do ônibus no relato dele) que é uma pessoa com deficiência, já nos livra muito desse carma enorme de estar se justificando”, comentou.
Com o projeto, as pessoas com deficiências ocultas terão assegurados os direitos a atenção especial necessária, fazendo uso do cordão de girassol, garantindo assim, o seu atendimento prioritário e mais humanizado.
Sandra Santos Tadine, presidente da AMA, considerou a proposta válida. “A partir do momento em que a pessoa tem esse tipo de identificação ela não precisa ficar mostrando laudo ou uma série de comprovação, facilita muito e não constrange tanto as famílias. Achei uma iniciativa muito valorosa”, disse.
Após a finalização do projeto, ele deve ser encaminhado para Câmara Municipal para aprovação.
O cordão
Criado em 2016, em Londres, na Inglaterra, o uso do cordão já é realidade em outros países da Europa. No Brasil, os estados do Amapá, Sergipe, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal sancionaram leis sobre o uso do cordão. Cidades da região do Estado de São Paulo como Franca, Sumaré, São Carlos, São Bernardo do Campo, Guarujá também aprovaram leis semelhantes.
O cordão é direcionado às pessoas com deficiências que não apresentam características físicas (ou seja, que são ocultas), como síndromes ou transtornos de natureza mental, intelectual, sensorial. Pessoas com deficiências ocultas como Autismo, Transtorno de Déficit de Atenção (TDA), Deficiência Intelectual, Doença de Crohn, Colite Ulcerosa, Ostomia, bem como aqueles que sofrem de fobias extremas, têm dificuldade de se manter por muito tempo em determinados locais, gerando tensão e nervosismo aos mesmos e seus familiares.