A Prefeitura da Estância Turística de Barretos, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, realizou na quinta-feira, 23, a primeira ‘roda de amamentação’ na Atenção Básica da Estância Turística de Barretos. A ação é uma parceria com a Santa Casa de Misericórdia e o próximo encontro está previsto para o dia 20 de abril.
As enfermeiras consultoras em amamentação se deslocam da rede hospitalar até mais perto da comunidade para o bate papo com as gestantes e lactantes (mulheres que estão amamentando), ouvem os anseios e compartilham diversas instruções. Na ação, elas utilizam até moldes para reproduzir a boca de um bebê e um seio materno – desde a parte interna até as glândulas mamarias que ficam na parte interior, instruindo as gestantes e lactantes de maneira efetiva e até lúdica.
Sirlena Jesus Honório, coordenadora da unidade, observou às gestantes que os encontros são uma boa oportunidade de tirar dúvidas e que seria uma conversa descontraída, dando às boas vindas à equipe da Santa Casa. Foi nesse ritmo que fluiu a primeira ‘roda de amamentação’, realizada no espaço para convivência na USF Christiano de Carvalho.
A enfermeira obstetra Aryadne O’neil anunciou às presentes o intuito de fazer não uma palestra, mas uma conversa. “Quando se fala em amamentação todo mundo acha que vai ser maravilhoso, mas surgem muitas dúvidas e cada pessoa vive uma realidade diferente. A ideia é escutar a história de vocês e, dentro dela, poder contribuir com alguma dica, algum conhecimento, com experiências que trazemos de outros atendimentos”, afirmou. Ela ressaltou que a cada gestação é uma nova vida que está vindo, uma nova fase da vida da mulher e que mesmo quando já se teve um filho antes, pode haver novas dúvidas e receios que podem ser eliminados na roda de amamentação.
A prefeita Paula Lemos esteve presente nessa primeira ação. “Fiz questão de vir incentivar. Ser mãe é a melhor coisa do mundo, mas tem uma série de itens que vão surgindo nesse caminho. Por mais que eu lesse bastante sobre amamentação, eu tive dor nos seios, as dificuldades de quando há falta de informação nesse processo. Fico muito feliz que a partir de agora vocês vão ter acesso à informação sobre amamentação de uma forma que eu não tive e isso vai fazer muita diferença para vocês e seus bebês”, destacou. Paula contou sua experiência sobre quando amamentou o filho Francisco há 7 anos, comentou que aparecem muitas pessoas querendo dar “palpites” sobre a amamentação e compartilhou que se esforçou para prolongar o tempo em que seu filho se alimentou com leite materno. “Nada é tão bom para o bebê como o leite materno. Fiquem tranquilas que, com orientação, todas vocês vão conseguir amamentar. Faz diferença para o emocional da criança, para o convívio com a mãe. Tem importância nutricional e afetiva”, reforçou.
A enfermeira intensivista Juliana Martins também recomendou às gestantes e lactantes que tomem muito cuidado com o que leem na Internet. “Nem tudo o que está lá é verdadeiro. O puerpério é uma fase em que a mulher está muito sensível e se abala com informações que recebe. Então é importante que vocês tenham cuidado com os mitos culturais, com mulheres que não tiveram uma boa experiência. Não significa que o relato dela vai se aplicar a você ou algo que era cultural e na época em que sua mãe ou avó amamentou pode ser que depois já foi cientificamente comprovado que não tem efeito”, ressaltou.
Juliana reforçou às presentes que hoje está confirmado, por exemplo, que não deve ocorrer amamentação cruzada. Ou seja, uma mulher não deve amamentar outra criança além de seu bebê. Ela explicou que em determinadas cidades existe banco de leite, mas que essa é uma situação diferente, em que o leite passa por um processo em que se torna seguro para alimentar outro bebê.
As consultoras em amamentação seguiram tirando dúvidas das gestantes. Ouvindo relatos das que disseram estar com medo de amentar, das que, como a Amanda Sagin – que está esperando o Dom Matteo – já estão participando de várias atividades para buscar orientação e demonstrando segurança. “Já fui também em uma ação no shopping. Então, já estou me sentindo mais preparada para quando for a hora de amamentar e fiz questão de vir nessa ação perto da minha casa. Uma oportunidade também para mais gestantes ficarem informadas e vencerem os receios”, ressaltou.
Quando Aryadne foi apresentar para o grupo a também consultora em amamentação e técnica de enfermagem Nayara Bomtempo, uma das participantes, que deu à luz há 6 meses, mencionou que já a conhecia, afirmando que ela foi “um anjo” que lhe deu instrução na Santa Casa. Aryadne reforçou que elas continuarão oferecendo orientação para as gestantes nas próximas etapas, assim mesmo como já fazem na Santa Casa, mas que agora com essa oportunidade a mais, de instruírem e se conhecerem antecipadamente nas rodas de amamentação. “Reforçamos que vocês também podem voltar depois em outras rodas nas USFs e também mulheres que já estejam amamentando podem vir nas próximas”, disse.
Foi esclarecido, por exemplo, que é mito que massagear as mamas embaixo da água quente é bom. Ao mesmo tempo foram passadas várias dicas sobre como determinadas massagens são importantes. Também as orientações sobre como posicionar o bebê na hora de amamentar. As consultoras passaram instruções importantes por meio de comparativos de fácil compreensão, como o fato de que quando vamos nos alimentar, colocamos o prato de comida de frente para nós; orientações para deixar alinhados nariz e umbigo do bebê na hora de amamentar. “Vai ser até mais fácil para ele mamar e deglutir o leite”, destacou Juliana. As consultoras reforçaram várias vezes o quanto o leite materno é importante para o bebê, comentando inclusive sobre estudos que demonstram que o bebê que recebe leite materno se torna um adulto mais seguro. “Uma pessoa que conversa olhando nos olhos”, disse Aryadne.
Por fim, além da prefeita Paula, a coordenadora na atenção básica Marina Francisco e a coordenadora da unidade reforçaram os agradecimentos às consultoras em amamentação por essa primeira ação. “Foi muito bom, acrescentou, atualizou e esse momento enriquece os nossos saberes de enfermagem para cuidar das futuras mamães que são atendidas em nossa USF, além de ser também uma experiência significativa para os acadêmicos da Facisb que também acompanharam”, destacou Sirlena.