Rede Municipal de Ensino de Barretos investe em educação inclusiva

A Rede Municipal de Ensino da Estância Turística de Barretos tem se tornado cada vez mais inclusiva e acolhedora ao proporcionar igualdade de condições para o acesso e permanência na escola aos estudantes com deficiência

Desde 2021, primeiro ano da atual Administração, os estudantes passaram a contar com o material didático Trilhas, da Editora FTD. Um marco na educação barretense que trouxe ganho significativo para a inclusão de alunos com deficiência visual, por meio de versões ampliadas e em Braille.

Atualmente, a Rede Municipal de Ensino de Barretos atende a 18 alunos com deficiência visual, sendo 15 alunos com baixa visão e 03 alunos com cegueira. Um destes alunos é o Benjamim dos Santos Caetano, de 6 anos, que frequenta o 2° ano D, da professora Juliana Melo, na Escola Municipal Professor Dorothovio do Nascimento, no bairro Zequinha Amêndola.

Suelen Tatiana Pereira dos Santos, mãe do Benjamim, descobriu que o filho era cego aos três meses de vida. Ela contou um pouco da trajetória do garoto na escola. “Ele nasceu de 24 semanas e 780 gramas, com retinopatia por prematuridade extrema. Fez três cirurgias, mas sem sucesso nenhum. Desde a pré-escola ele usa este material e eu acho muito importante por ter inclusão e material adaptado para ele. Esses livros são maravilhosos para ele poder aprender e eu agradeço muito”, disse. Sobre as outras atividades escolares, Suelen explica que Benjamim sempre é incluído. “A questão da inclusão é muito importante. Em tudo eles o inserem. Adaptam a educação física e todas as questões dentro da escola”, finalizou.

Tatiane de Souza Santos é a professora de Braille que acompanha Benjamim nas atividades escolares do dia a dia. “A gente começou com a parte de estimulação para que ele pudesse ser incluído dentro da escola e ao mesmo tempo vamos apresentando para ele o mundo do Braille. Tentamos não ver a dificuldade e sim os avanços e os progressos que eles apresentam para nós. Uma letra que ele consiga reconhecer, para nós, é um grande avanço”, disse. A professora também aprovou o material didático utilizado. “O material Trilhas é muito bom. Ele vem para contribuir muito com a alfabetização dos nossos alunos”, completou.

Do outro lado da cidade, na E.M. Prof.ª Marlene Carboni Pereira, Maria Valentina Modenes, de 6 anos, está matriculada também no 2° ano, na classe da professora Elenice das Graças de Melo Oliveira. Com baixa visão severa e apenas 28% de visão periférica, a aluna é uma das beneficiadas com o material ampliado.

Fabíola da Silva Alexandre, mãe da Maria Valentina, explicou que a criança foi diagnosticada ainda bebê com um retinoblastoma bilateral, um tipo raro de câncer ocular. “Ela precisou enuclear o globo ocular direito e com o esquerdo ela enxerga cerca de 28%, porém em visão só periférica, ela não tem visão central. Desde o início, a gente já começou a correr atrás do material adaptado, ampliado para ela, porque ela tem muita dificuldade e como a visão dela é periférica, ela precisa aproximar muito”, disse. “Eu só tenho a agradecer. Depois dessa inclusão, com o material ampliado e as aulas de Braille, a visão dela melhorou muito, o grau dos óculos dela abaixou, a psicopedagoga falou que o material dela está super adequado”, completou.

Professora de Braille da Maria Valentina, Daniela Aparecida Sinho Gouveia acompanha a criança durante as aulas e falou do relacionamento da aluna com o restante da classe. “O dia a dia da Maria Valentina é de uma criança como todas as outras. Ela é uma menina muito alegre, muito feliz e muito inteligente, está sempre disposta a aprender, cada vez mais. Ela tem o material maior porque ela tem a necessidade de ter ele maior, mas as crianças compreendem completamente, ajudam ela quando tem que ver na lousa alguma matéria e tudo com muito amor, muito carinho, com todos os amigos”, contou.

Núcleo de Inclusão

Além das apostilas adaptadas, a Secretaria Municipal de Educação (SME) também oferece suporte a estudantes com qualquer tipo de deficiência, sejam elas físicas, intelectuais ou múltiplas, orientações para professores de Braille, intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras), Atendimento Educacional Especializado (AEE) e formação para Cuidadores. É o que explica a coordenadora do Setor de Inclusão da SME, Kelly Amorim. “O atendimento é previsto para garantir que o acesso e permanência do aluno a escola sejam garantidos, através das adaptações necessárias, oportunizando assim a equidade dos processos de ensino aprendizagem”, contou.

Para ela, a Educação inclusiva é um grande diferencial de Barretos. “Os nossos professores são todos capacitados, além da formação técnica, exercem a função com muito amor, carinho e dedicação, estamos sempre em formação, buscando oferecer um atendimento de qualidade aos nossos alunos e seus familiares”, destacou.

Em 2023, a Rede Municipal de Ensino fechou o ano com 689 alunos com deficiência atendidos. Para o Ano de 2024 todas as unidades escolares contam com o AEE desde a Educação Infantil ao Fundamental II.