Que destino merecemos?

O plantio é livre mas a colheita é inevitável. E agora vivemos o triste cenário construído nas escolas, nas ruas, nos campos, no trânsito, enfim, em todas as relações de uma sociedade que escolheu a polarização que adoece…

E os sinais estão por todo lado, até no Congresso Nacional, mais acentuadamente na Câmara Federal, onde aqueles que deveriam buscar o bom senso, ainda botam mais fogo na ignorância, vulgaridade e agressividade que tomou conta do país.

Colhemos o que plantamos como coletividade, ou melhor, enquanto povo, com pouco discernimento político que deixamos nos manipular por uma polarização “burra”. 

Erramos quando não observamos que “o nós contra eles” fazia muito mal. Erramos quando tratamos um juiz suspeito e ambicioso como se fosse herói. Erramos (muito mais) quando abrimos a porta do poder para que um homem desiquilibrado chegasse à Presidência da República. Além disso, foi um grande erro achar normal cristãos fazendo “arminhas” quando deveriam falar de amor e, pior que isso, muitos acharam graça quando crianças faziam o gesto de arminhas também. Erramos ou erraram todos os que se deixaram influenciar por notícias falsas e mamadeiras de pirocas, que misturaram política com religião ou assuntos menos relevantes. Quem ganhou com toda a corrente dos “debates do ódio”, como lembramos agora, não foi o povo brasileiro.

A mais completa tradução do que plantamos está no fato de que alguns cristãos que faziam “arminha” em igreja, hoje clamam por Deus na porta das escolas pedindo a intervenção divina pela paz.

Estamos às portas de maio e enquanto isso na Câmara Federal malucos do “terraplanismo” atribuem culpa ao governo pela tentativa de golpe bolsonarista para derrubar o  governo. Enquanto isso, todas as reformas necessárias ao país estão paradas. E no Congresso, ou melhor, mas propriamente entre os deputados federais, o “barraco” é rotina, com palavrões e ações do mais baixo nível, que causam inveja a um “boteco” de quinta categoria. Tem filho de ex-presidente querendo agredir fisicamente outro parlamentar. Tem xingamentos toda hora e todos os dias. Tem discussões inúteis, com deputados defendendo apenas seus próprios interesses –  e os de Lula e Bolsonaro também! E o seu interesse, meu caro eleitor, quem defende?! Tem de tudo na “Câmara da Vergonha”, tem até deputada dizendo que sofreu assédio sexual. Enquanto o país clama por reformas em amplo aspecto a baixaria todo dia é sempre igual.

Mas, antes que eu apenas culpe os deputados e até mesmo os senadores pelo surreal e vergonhoso horizonte político construído pela polarização instalada no Brasil, é preciso trazer à tona uma pergunta para nós despertar: QUE DESTINO MERECE UM POVO QUE ESCOLHE GENTE DESSE NÍVEL COMO SEUS REPRESENTANTES?