Na época de sua fundação, o PSDB (Partido da Democracia Social Brasileira) chamava atenção pelo “quilate” de alguns nomes que compunham a sigla Tucana. Homens que, infelizmente, não temos mais na política brasileira. Alguns políticos dos quais você podia discordar, mas que suas histórias pediam respeito.
Não podemos negar tudo que representou o PSDB, não podemos negar sua importância como alternativa dentro da social democracia e como esperança de mudanças que o Brasil pedia há séculos. Pelo menos, no campo das ideias, havia projeto, sim! Contudo a teoria na prática nem sempre é alcançada!
Mas, de nenhuma forma podemos negar a grandeza de um partido que governou o país por bastante tempo e governa o principal estado da nação por quase três décadas.
Por isso, se torna inacreditável tudo que que tem acontecido nos bastidores tucanos há bastante tempo e que culminou com esse vergonhoso “mico nacional”, que mostra um partido quase “implodido” por questões de egos internos e que chegou ao ridículo de ser incompetente até para organizar as prévias para escolher seu candidato à Presidência da República.
Pois bem, o PSDB, que teve líderes como Mario Covas, Franco Montoro e tem como ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que ao meu ver se perdeu durante o desgaste das próprias contradições geradas tantas vezes, seja por omissão ou por falta de mais contundência e ousadia em suas ações. O que um dia foi esperança, o tempo desgastou! A cada eleição a nível de Brasil, o partido parece menor, basta lembrar a vexatória votação de Geraldo Alckmin nas últimas eleições presidenciais.
Acredito que o partido se perdeu nos últimos tempos na guerra das vaidades, mas muito antes já havia se perdido na incoerência de um discurso que fala muito em povo, mas que pouco chegava aonde o povo está. Na incoerência que falava mais uma linguagem técnica em palestras dirigidas por “mauricinhos de cabelos com gel”, mas que não olhava nos olhos das populações mais carentes. Falo, porque testemunhei de perto a distância entre a tecnocracia e a objetividade, afinal, é a objetividade que produz o resultado que as pessoas anseiam.
Em política é preciso impactar positivamente a vida dos eleitores e não apenas falar bonito para aqueles que precisam de muita coisa além de palavras. Ainda mais além, talvez, o maior erro nas “entranhas” do poder tucano, tenha sido “girar” em função dos interesses individuais de seus ícones que mais e mais originavam subgrupos, enfraquecendo assim a busca pela harmonia partidária tão fundamental.
Até então, “a maionese já havia desandado”, mas azedou ainda mais com a participação mais ativa de Aécio Neves como dirigente da sigla, segundo gente do próprio partido, o neto de Tancredo Neves não agrega e muito pelo contrário é um agente desagregador e uma figura central na divisão e confrontos, que parecem implodir internamente o PSDB nos últimos tempos.
Aécio Neves, hoje deputado federal, lidera um grupo que chega a apoiar o desgoverno Bolsonaro, o que parece uma ofensa à história do partido. O ex-governador de MG é um dilema para alguns tucanos, alguns acham que sua provável saída seria uma boa alternativa, outros temem um enfraquecimento ainda maior com a debandada de muitos que o seguiriam após o desligamento.
Quem diria que um dia um partido que contou com Mário Covas tenha hoje dois candidatos para concorrer à Presidência pelo partido, que nas “guerras de palavras” um acuse o outro de ter apoiado a extrema e louca direita de Jair Messias Bolsonaro. Mas, esquecem que os fatos e fotos não mentem! Em 2018, um foi Bolsodória e outro foi Bolsoleite!
O PSDB parece ter perdido o “trem” da sua própria história e agora é “mico” em todas as mídias. Um mico dividido entre egos, grupos e guerras de palavras!
Fico imaginando a tristeza de Mario Covas, Franco Montoro e tantos outros grandes nomes do PSDB que já partiram desse plano se pudessem ver o presente e o destino incerto do partido que ajudaram a fundar.
Na minha opinião e com todo respeito a quem não pensa assim, o mico de não saber organizar as prévias e, mais que isso, todo ambiente explosivo que toma conta do ambiente interno no partido deixa a pergunta que só o tempo poderá responder: QUAL É O FUTURO DO PSDB?
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