O fotógrafo João Parassu Borges Filho morreu, aos 70 anos, no último dia 1º de setembro, em função de complicações decorrentes da Covid-19. Ele não era casado e não tinha filhos e vivia numa residência espaçosa do bairro Jockey Club onde mantinha sua grande paixão: seus animais de estimação, que somam mais de 90 cães.
Preocupada com a situação dos cães, a protetora de animais, Rosário Noris, solicitou uma reunião com o inventariante para saber qual decisão seria tomada quanto ao destino dos cães. “Eles deveriam ficar na residência do falecido João Parassu, visto que era esse o pedido de dele, para serem cuidados no ambiente que estão acostumados”, disse.
A casa ocupa uma área de quase meio quarteirão e está sendo administrada por cinco funcionários, que mantém o local e tratam dos animais, que consomem quase uma tonelada de rações por mês.
Maria Mazarelo Silva Martins é vizinha do imóvel há 22 anos e ressalta que os animais não incomodam a vizinhança. “Ninguém reclama da quantidade de cães, o local é tranquilo, os cachorros não fazem barulho e o quintal é muito bem limpo”, comentou.
Rosário espera que os animais tenham um desfecho feliz e a vontade de João Parassu seja atendida.
A paixão por esses animais era tanta que pouco antes do seu falecimento, João Parassu deixou uma frase em sua rede social. “Não tenho medo do chamado de Deus, eu tenho medo de partir e meus cachorros ficarem sem a minha proteção e cuidados, o mundo está cheio de humanos desumanos”, disse.