Até o Papai Noel esteve presente no evento de celebração das atividades de 2022 do Projeto 28, uma instituição sem fins lucrativos que oferece atividades pedagógicas, lúdicas, didáticas e esportivas, além de rodas de conversas sobre temas diversos, desenvolvendo nas 40 crianças e adolescentes participantes, noções de cidadania e incentivando-os a sonhar mais para suas vidas.
Na festa que reuniu os atendidos pelo Projeto com alguns “padrinhos”, responsáveis pela doação dos presentes e roupas que foram entregues às crianças pelo Papai Noel, também estiveram presentes alguns dos empresários que patrocinam o projeto, que dá prioridade ao bairro Luiz Spina.
O trabalho do Projeto nasceu em 2020, em plena pandemia, quando as escolas estavam fechadas para o atendimento presencial e muitas famílias não sabiam como ocupar o tempo livre de seus filhos. Um grupo de pessoas identificou a necessidade de oferecer atividades aos pequenos moradores da zona sul da cidade, onde muitas crianças e adolescentes estavam atuando em pequenos papeis no tráfico de drogas em troca de dinheiro e comida para ajudar em casa. A aproximação com as famílias desses territórios foi iniciada com visitas aos apartamentos, inclusive com o fornecimento de cestas básicas.
O acolhimento às crianças deu-se na rua, já que a entidade ainda não tem sede própria. Atualmente, além das atividades realizadas nos espaços próximos aos prédios onde moram, o Projeto 28 também utiliza espaços públicos, como as quadras e teatro do CÉU das Artes e outras instalações comunitárias.
A assistente social, coordenadora do Projeto 28, Débora Soraia Patrocínio conta que todo o trabalho de dois anos ininterruptos tem gerado muitos frutos. “Hoje contamos com 40 crianças e adolescentes que podem sonhar com um futuro melhor, ajudam em casa nas tarefas domésticas, entendem a importância da educação formal em suas vidas e tem um comportamento de pequenos cidadãos”, diz. No Projeto também atua a orientadora social Claudia Freire Bonifácio.
O Projeto 28 é uma iniciativa do empresário e engenheiro Caio Nunes, fundador do Grupo CCon, que já atuou como professor universitário na Faculdade de Engenharia e, na adolescência, foi, ele próprio, moderador do Residencial José Faleiros, em um dos blocos, no apartamento 28, de onde vem o nome do projeto.
Caio Nunes conta que se sentiu na obrigação de “devolver” algo à comunidade que tão bem o acolheu enquanto ali morou. “Foram tempos difíceis na vida da minha família, mas ali nos predinhos aprendi o valor de uma comunidade unida e solidária. Imaginei que a melhor maneira de agradecer ao Universo seja investir para que as crianças resgatem o direito de sonhar com seu futuro, um direito que vem sendo tirado deles pelos mais diferentes motivos. Os governos, nos diferentes níveis, têm muitas deficiências, mas cabe aos cidadãos também fazerem sua parte e, quando podem irem além disso”, finaliza o engenheiro.