Professores de SP cobram medidas de combate à dengue nas escolas

Nesta quinta-feira (15), começa o ano letivo para 3 milhões de alunos da rede estadual de ensino em São Paulo, em mais de 5 mil escolas. No entanto, segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), mesmo com o aumento do número de casos de dengue, os professores não receberam orientação específica sobre a doença.

A segunda presidenta da entidade Maria Izabel Azevedo Noronha diz que o sindicato vai cobrar medidas do governo. 

“Vou fazer um requerimento para o governador, a Secretaria da Saúde, para que lance essa campanha educativa e também a devida fiscalização nas escolas, porque as escolas não têm condições, tem muita água parada. Fora a questão de saúde pública, também tem o abandono das escolas, que deixa muito mato, muito buraco”.

Além de levantar os casos de dengue na categoria, ela afirma que o sindicato vai atuar para que a escola seja um polo de combate à dengue. “O professor pode trabalhar com a [orientação da] população, nós somos agentes multiplicadores”, acrescentou.

A melhor forma de combater a dengue é impedir a reprodução do mosquito. Foto: Arte/EBC
Melhor forma de combater a dengue é impedir a reprodução do mosquito – Arte/EBC

Mortes

O governo do estado confirmou a morte de 11 pessoas pela doença apenas neste ano e outras 16 estão em investigação.

Os casos prováveis de dengue em São Paulo, desde o início de 2024, mais que triplicaram, de acordo com painel de monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde. Neste ano, o estado já registra 85.661 casos prováveis da doença, enquanto, no mesmo período do ano passado, eram 27.689. Os casos prováveis são aqueles notificados, excluindo os casos descartados.

Aumento nas internações

Pesquisa divulgada na sexta-feira (9) pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) mostrou que 80% dos hospitais privados do estado de São Paulo registraram aumento nas internações por dengue.

A pesquisa ouviu 91 hospitais privados paulistas entre os dias 29 de janeiro e 7 de fevereiro e constatou ainda que a maior parte dos pacientes internados com dengue está na faixa etária entre 30 e 50 anos.

Agentes multiplicadores

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou na sexta-feira (16), em nota, que promoveu orientações sobre combate à dengue aos dirigentes de ensino da rede estadual de ensino para a volta às aulas. “O objetivo da ação é conscientizar os alunos a respeito da prevenção e combate ao mosquito da dengue para que possam ser agentes multiplicadores de boas práticas”, diz a nota.

“O Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo monitora o cenário epidemiológico dos casos notificados e confirmados de dengue e também dos sorotipos circulantes no estado, além de auxiliar permanentemente as ações de combate ao mosquito transmissor de arboviroses, dando apoio técnico aos municípios, que são os responsáveis pelo trabalho de campo para a prevenção à doença”, informou a secretaria.

Entre as ações promovidas e apoiadas pelo estado, a pasta citou: atividades educativas na rede municipal de ensino; distribuição de folhetos e folders em unidades de saúde e lugares de grande circulação, além de informações nas mídias sociais, sites institucionais, comunicação por meio da TV, rádios; abordagem em cemitérios; colagem de cartazes em prédios públicos e comércio em geral; tenda de informações em escola, praça e pedágio; rodas de conversa, reuniões de equipes, palestras e orientações em geral em sala de espera e consultórios; divulgação em totens digitais.

Fonte: Agência Brasil