Professor de Farmácia do UNIFEB participa de pesquisa de desenvolvimento de vacinas contra Covid-19 e aponta cenário promissor com imunização em massa

O farmacêutico generalista, mestre e doutor em Ciências da Saúde e professor de Farmácia do UNIFEB (Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos), Maicon Fernando Zanon da Silva, explica que a vacinação contra à Covid-19 é uma forma segura e eficaz no combate e controle da disseminação acelerada da doença, de maneira a reduzir o número de pessoas contaminadas, reduzir a gravidade dos sintomas, internações e, consequentemente, o número de óbitos. “A vacinação da população em massa permitirá a redução da circulação do vírus, tornando cada vez mais próxima a retomada das atividades presenciais. É necessário o entendimento da população que, na ausência de medicamentos sem comprovação científica, a vacinação, aliada às medidas de uso de máscaras adequadas, higienização das mãos e distanciamento social, conferem proteção individual e coletiva”, disse.  

Zanon ressalta que a pandemia impactou em todas as áreas – econômica, consumo, educação, meio ambiente e saúde, inclusive nas pesquisas de medicação e vacinas. “Nesse âmbito, o impacto foi diretamente na velocidade e dinamismo na realização de estudos pela comunidade científica com investimento público e privado, inicialmente para o sequenciamento genômico do vírus, entendimento do seu comportamento e, posteriormente, para condução de ensaios clínicos para o desenvolvimento de vacinas seguras e eficazes para imunização da população”, destaca.  

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) existem 14 vacinas contra Covid-19 aprovadas no mundo, enquanto outras 184 estão em desenvolvimento. “As vacinas já aprovadas estão classificadas basicamente em três categorias: 1ª geração (vacinas clássicas que usam um vírus inativado para provocar resposta imune, CoronaVac), de 2ª geração (vacinas produzidas com a proteína do vírus, NovaVax) e de 3ª geração (vacinas produzidas a partir do RNA mensageiro do vírus, Pfizer e vacinas vetorizadas que transportam os genes virais enfraquecidos provocando uma resposta imune no organismo, Oxford). No geral, as vacinas a partir de diferentes tecnologias de desenvolvimento têm o mesmo objetivo: sensibilizar o organismo para uma resposta frente à uma infecção, com a prevenção de casos leves sintomáticos, redução da hospitalização, redução de internações em UTI e redução do número de óbitos”, explica Zanon.  

Uma vez que a população de 30 anos ou mais esteja vacinada com as duas doses, estima-se uma redução drástica no número de pessoas contaminadas e algum tipo de normalização e flexibilização das medidas de distanciamento social. “Porém, a velocidade de vacinação não está sendo igualitária em todos os estados brasileiros, o que impacta diretamente o Estado de São Paulo que está à frente na vacinação, mas recebe um fluxo alto de pessoas de outros Estados”, pondera o professor.  

Em relação à manutenção periódica de imunização contra à Covid-19, Zanon acredita que entrará para o calendário anual de vacinação, assim como acontece com a Influenza desde 2009. “Existe um trabalho contínuo da OMS, na análise das novas variantes de Covid-19, com a criação de um quadro de monitoramento e avaliação de riscos SARS-CoV-2, para que as informações coletadas em todo mundo possam auxiliar na adaptação das vacinas conferindo proteção contra o vírus. Trabalhos mais recentes demonstraram que será possível alterar a composição das vacinas em situações de menor eficácia contra uma variante detectada”, esclarece.  

Zanon também integra o quadro de pesquisadores brasileiros envolvidos em ensaios clínicos na pesquisa de vacinas contra à Covid-19 e explica que os estudos clínicos desenhados para pesquisas de qualquer uma das vacinas disponibilizadas foram realizados em diversas etapas. “Inicialmente testados em laboratório e, posteriormente, na fase clínica III, os centros de pesquisa recebem a vacina produzida e pronta para ser testada em voluntários sadios dentro de critérios pré-estabelecidos de inclusão na pesquisa, para que possa ser estabelecida a segurança e o potencial de proteção da vacina. A partir da qualidade dos resultados apresentados, que foram auditados por autoridades sanitárias em todas as fases, as vacinas recebem registro ou autorização sanitária e, assim, disponibilizadas para a população”, ressalta.  

O professor ainda enfatiza a importância das pessoas confiarem no potencial de proteção conferido pelas vacinas e atentarem-se aos prazos da segunda dose, quando necessário. “Todos devem ficar atentos a informações seguras e de confiança, a fim de evitar a propagação de notícias falsas. Em um breve histórico, desde 1804, com a sua primeira campanha de vacinação, o Brasil estabeleceu uma rotina, desde então, de imunização e erradicação de diversas doenças, provando que vacinas salvam vidas. Além disso, as comparações das taxas de eficácia e efetividade entre as vacinas são inadequadas, pois os estudos são realizados em grupos e populações distintas”, finaliza