A Prefeitura da Estância Turística de Barretos intensifica os esforços para combater e impedir que o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika, se reproduza. Nesta sexta-feira, 19, a prefeita Paula Lemos recebeu os 12 convocados, por meio de concurso, que passam a integrar a Equipe de Agentes de Controle de Endemias (ACEs), aos quais deu as boas-vindas, e destacou a importância de cada um. “Nós estamos aqui para servir a nossa população, esse é o papel do servidor público. Nós precisamos muito do apoio de vocês. Na maioria das vezes os criadouros estão dentro da casa das pessoas, e precisamos que vocês levem essa informação até elas”, ressaltou. A prefeita destacou a presença da secretária Graça Lemos ao lado dela nessa recepção aos novos agentes. “Agora à frente da Agricultura e Meio Ambiente, ela está também intensificando o trabalho para manter nossa cidade limpa. Em 2001, quando a dengue também assolava nossa cidade, Graça estava à frente da pasta da Saúde e uniu esforços para vencer a doença. Estamos mais uma vez somando esforços para vencermos essa luta”, disse a prefeita.
A secretária Graça Lemos relatou aos novos agentes que naquela ocasião desenvolveram uma estratégia para agentes trabalharem em duplas compostas por um homem e uma mulher. “Isso diminui, por exemplo, o receio de uma mulher idosa que está sozinha em casa de permitir a entrada dos agentes. Então, a gente pede que vocês se empenhem, busquem convencer a população que é importante a vistoria na casa delas e que Deus abençoe a cada um de vocês nessa nova função”, destacou.
De acordo com o boletim da Secretaria da Saúde, no momento a cidade já registra mais casos confirmados de chikungunya do que dengue, além da confirmação de zika. São 394 casos de chikungunya, 343 de dengue e um de zika.
A prefeita Paula voltou a pedir o apoio de toda a população. “As pessoas adquiriram muita preocupação com a Covid-19, mas a dengue também pode matar. É necessário que todos tenham consciência de que só há como vencer o Aedes aegypti se a população fizer a sua parte. É preciso que cada um pare por cinco minutos todas as semanas e olhe cada canto de sua casa. Ao fazer isso, você estará olhando pela saúde da sua família”, ressaltou.
Premiação como incentivo
Como forma de atrair a colaboração da população, a chefe do Executivo anunciou que encaminhará ao Legislativo um projeto de lei que autoriza o Executivo a distribuir R$ 50 mil em prêmios, por meio de sorteio e critérios a serem observados, a moradores que colaborarem no combate ao Aedes aegypti.
“Vamos realizar o sorteio entre os 10 bairros em que registrarem menos incidência de dengue. Serão premiados, com mil reais cada, 50 moradores, e poderão participar do sorteio os moradores que atenderem aos critérios, abrindo suas casas para os agentes fazerem o monitoramento e em que não tenha sido encontrado nenhum foco dentro da residência ao longo do ano”, destacou.
Empenho diário
Cristiane Parreira, coordenadora do Serviço de Controle de Endemias, destaca que as equipes seguem empenhadas diariamente no combate ao Aedes aegypti e que mais de 73 mil imóveis, que os moradores abriram as portas, foram nebulizados neste ano. “Estamos seguindo a nova orientação do Estado para realizarmos a nebulização em um ciclo de três dias seguidos. Então, a gente vai passar em três noites seguidas, sempre entre 18h e 21h30 no mesmo local. O carro de som passa antes avisando e precisamos que a população abra as portas e janelas para que o inseticida entre nas residências”, afirma.
Cristiane ressalta que Barretos foi uma das últimas cidades do Estado a mudar a forma como o produto é passado e hoje utiliza a nebulização. “Esta nova forma é melhor do que a anterior, não tem a fumaça que as pessoas viam antes, mas aquela fumaça era óleo diesel. Agora a gente dilui o produto em água, isso gera menor risco para quem está aplicando o inseticida e não faz mal à população. O alvo nesse novo modelo é exclusivamente o mosquito, e o produto fica mais tempo no ar, podendo alcançar uma área maior dentro das residências, mas para ter efeito é preciso que as pessoas colaborem abrindo portas e janelas”, destaca.
A coordenadora lembra que essa ação tem como efeito matar apenas os mosquitos que já estão desenvolvidos, com asas. “Isso significa que a nebulização contribui, mas se as pessoas não tiverem eliminado criadouros de dentro da residência delas, no dia seguinte já pode haver novos mosquitos. Por isso, é essencial que a população percorra sua própria residência todas as semanas e elimine os pontos que podem acumular água, onde o Aedes aegypti vai se reproduzir”, afirmou.
Cristiane informa que os agentes seguem passando de casa em casa realizando a varredura para eliminar focos e que, desde que a cidade atingiu patamar de epidemia para dengue e chikungunya, deixaram de ser feitas as ações de bloqueios em torno dos locais em que há casos confirmados, passando a ser concentrado o esforço de toda a equipe na varredura, seguida da nebulização. Também ressalta que o monitoramento interno das residências deve ser intensificado pelos próprios moradores de forma rotineira. “Na quinta-feira (18), nós pegamos em imobiliária as chaves de 14 casas que estão para alugar ou vender e não encontramos focos em nenhuma delas. Os dados que temos apontam que 95% das larvas estão dentro de residências que estão habitadas”, destacou a coordenadora.