Um grupo de médicos da Santa Casa de Misericórdia de Barretos participou do estudo “HEMOTION”, abreviação de “Hemoglobin Transfusion Threshold in Traumatic Brain Injury Optimization”, traduzido para o português como “Limite de Transfusão de Hemoglobina na Otimização de Lesão Cerebral Traumática”, realizado em 34 centros médicos, distribuídos pelo Brasil, Canadá, Reino Unido e França. O resultado desta pesquisa foi publicado pelo periódico médico “New England Journal of Medicine”, reconhecido por publicar as melhores pesquisas da área médica do mundo, publicado pela Massachusetts Medical Society
A Santa Casa de Barretos e o Hospital das Clínicas da USP São Paulo foram os únicos centros brasileiros participantes nesta pesquisa, que envolveu 722 pacientes vítimas de traumatismo craniano, nos países pesquisados. Os pacientes foram divididos em dois grupos, recebendo transfusões, para buscar identificar o valor ideal de hemoglobina nos casos de traumatismo craniano, tratando e prevenindo possível anemia.
“O cuidado adequado na UTI ao paciente crítico, vítima de traumatismo craniano, é crucial para que se alcance um desfecho favorável. A anemia é extremamente comum nas vítimas de traumatismo craniano. Até o momento, não se conhecia o valor ideal de hemoglobina e existia a dúvida sobre qual nível de anemia esses pacientes deveriam receber durante a transfusão de hemácias”, explicou a médica intensivista, dra. Laís Sisconetto, uma das médicas que fazem parte do grupo de pesquisa do hospital barretense.
Ainda de acordo com a dra. Laís, “a partir da divulgação do estudo, houve uma melhor definição na abordagem em relação à anemia no paciente vítima de traumatismo craniano moderado/grave, e isso guiará a prática médica em nível mundial. É a primeira vez que uma pesquisa da Santa Casa de Barretos é publicada em uma revista internacional, isso é uma grande satisfação para todos nós também”.
Para o dr. Tiago Andrade , médico participante do estudo e coordenador da neurocirurgia da Santa Casa de Barretos, essa pesquisa já proporciona uma visibilidade mundial tanto para equipe médica, quanto ao hospital.
“Sem realização de novas pesquisas, o trabalho da medicina não evolui. A medicina ela é dinâmica, se ficarmos parado, por exemplo, no que aprendi lá quando me formei, estaríamos fazendo condutas ultrapassadas. Uma publicação na New England provoca que nós médicos, estejamos sempre em busca de estudar e pesquisar novidades na medicina”, explicou o neurocirurgião.
Também participaram deste estudo os médicos da pesquisa clínica da Santa Casa de Barretos: o neurocirurgião dr. Lucas Caetano Dias Lourenço, os médicos intensivistas dr. Isaac Ferrari Del Favero e dr. Fernando Rodrigues da Silva, e a dra. Cristina Prata, que é médica intensivista e diretora médica do Hospital de Amor.