Ser humano não é apenas pertencer a espécie humana, é muito mais e vai muito além. Ser humano, na minha visão, é uma construção gerida pela sensibilidade que deveria “regar” toda vida humana e fazer florir sua caminhada junto à busca por evolução.
É assim que busco minha linha de pensamento, quando vejo dezenas de fatos e acontecimentos expostos todos os dias mundo afora e insistentemente presentes diante de nós e de todas as plataformas de mídias. Coisas que assustam e mergulham nossa mente em busca do que seja de fato o ser humano.
Cenas como as vistas e na verdade repetidas nos estádios de futebol da Espanha, em ataques racistas contra o famoso jogador de futebol brasileiro, Vinicius Junior, são as mesmas que muitas vezes sequer temos acesso, quanto à estupidez do preconceito racial nas periferias da vida, do mundo e do Brasil. Preconceitos preestabelecidos em relação a outro ser humano pela cor da sua pele.
Tenho dito e repito: a alma de quem propaga o preconceito racial e todo tipo de preconceito é muito “pequena” e sem compreensão dos mistérios de estarmos nesse plano de existência e, infelizmente, nos levam a uma pergunta ao silêncio: O que é de fato “ser humano” e o que é apenas pertencer por alguma razão a espécie humana?
Os “gritos do preconceito” no último domingo em Valência são revoltantes e causaram, até mesmo, o repúdio do governo brasileiro. Repúdio necessário diante dos ataques racistas que perseguem o jogador em terras espanholas.
Mas, cabe ao governo e a todos nós brasileiros olharmos também para as coisas revoltantes do nosso quintal e nos inspirarmos nos tristes acontecimentos de Valência, para buscar varrer de uma vez por todas o preconceito racial escondido há séculos “debaixo do tapete” da maioria da sociedade brasileira que finge não ver todo o sofrimento dos “Vinicius pobres e anônimos” das periferias, cujos destinos são sufocados por todos os horrores do preconceito racial no Brasil.