O grito da estupidez

Inacreditável o espetáculo circense que o “Rei da Bozolândia” fez com o bicentenário da Independência do Brasil. O dia que se deveria exaltar nosso amor e respeito à Pátria e a reflexão quanto ao passado, presente e futuro da nossa nação. Dom Pedro deu o grito da Independência há 200 anos dois séculos depois Jair Messias Bolsonaro, O IMBROCHÁVEL, dá o grito de sua estupidez. E seus fanáticos e, muitas vezes irracionais seguidores, que se dizem patriotas, dizem amém e colocam Bolsonaro acima de tudo, inclusive acima do Brasil. Nada mais do que o mais fiel retrato do quanto retrocedemos enquanto consciência cidadã e política, como tenho dito, emburrecemos culturalmente também. Talvez isso vá de encontro ao mais vergonhoso 7 de Setembro, que meus olhos registraram em toda minha existência e, quem sabe, talvez de toda nossa história.

Um homem desiquilibrado “berrando” que é IMBROCHÁVEL (o que não interessa a ninguém) em um país em que milhões de pessoas passam fome. Qual seria a importância de sua capacidade sexual? Melhor seria se tivesse capacidade de gestão. E ainda por cima, na sua falta de noção sem limites, ele que precisa ganhar apoio do eleitorado feminino, compara primeiras-damas, esquecendo que comparar mulheres é a coisa que elas mais detestam. E para variar, às vésperas da palhaçada que fez em 7 de setembro, como já é rotina, foi mais uma vez agressivo com uma jornalista, desta vez, a vítima foi a competente Amanda Klein, que cometeu o pecado de perguntar quanto à origem dos recursos dos 51 imóveis comprados pelo clã Bolsonaro em dinheiro vivo.

Se depender do apoio das mulheres mais sensatas desse país, Bolsonaro e seus radicais, que vivem a agredir mulheres com palavras, podem tirar o cavalinho da chuva. A reeleição já está perdida!

Voltando aos 200 anos da Independência “sequestrado” por Bolsonaro para fazer campanha com a máquina pública, minha tristeza foi imensa. E a pergunta que me faço é uma angústia: “Como chegamos a isso?” Mas, ao mesmo tempo, devo agradecer a Bolsonaro porque há muito tempo não tive vontade de rir tanto. Bastava olhar para aquele palco, que mais parecia uma foto surreal do que Bolsonaro fez com o Brasil. Assim como é surreal, bizarro e patético tudo que rodeia Bolsonaro, desde o comportamento da primeira-dama, ao periquito ridículo, grosseiro e estúpido que atende por “Veio da Havan”, praticamente acotovelando o presidente de Portugal, até mesmo o vice Mourão, jogado às traças, enfim, cenas de um desgoverno ridículo de um ex-capitão transloucado expulso do Exército, que conseguiu a grande proeza de fazer do Brasil, um mico mundial.

O Brasil talvez nunca tenha sido um país sério, mas Bolsonaro conseguiu fazer a loucura normal multiplicando seus próprios delírios. Hoje vivemos um delírio inconsciente de milhões de pessoas, que se dizem patriotas, mas parecem viver tão longe do mundo real que confundem amar o Bolsonaro como se isso fosse amar o Brasil.

Eu acho isso uma aventura muito perigosa, porque como numa fábula vivemos um tempo em que o rei está nu ou louco, mas milhões de súditos fanáticos insistem em  achar tudo normal e não ver…