Na casa da sua mãe

Na casa da sua mãe é um título que pode não soar bem até mesmo em um texto. Mas, o escolhi para deixar bem claro o quanto essa expressão é pesada. Pode ser comum num botequim de quinta categoria, mas jamais pode ser tolerada quando vinda de alguém que deveria honrar o cargo de Presidente da República Federativa do Brasil.

Estamos, enquanto sociedade, aceitando o que é inaceitável, ou melhor, intolerável no mais alto cargo dessas terras tupiniquins, ou talvez, República de Bananas, que casa melhor com a realidade devido nossa passividade diante do que vivemos.

Quando a sociedade brasileira vai dar um basta nessa situação insuportável? Estamos nos comportando como um público que assiste passivamente o circo das palavras de botequim na boca desse senhor desiquilibrado. Seria uma tragédia em qualquer momento alguém tão despreparado em tão alto cargo. Mas, na contemporaneidade associada à Covid-19, será muito pior, porque teremos uma das páginas mais DESESPERADORAS da nossa história.

Por isso e, ainda caminhando pela mesma linha de pensamento, e também por hoje ser o DIA INTERNACIONAL DA MULHER, quero exaltar mais uma vez a mulher que transforma. A mulher que tem o perfil de poder interferir como luz nos dias de pesadelo que vive o Brasil. Parabéns e minha admiração por todas as mulheres que apresentam essa consciência, aqui representada pelo nome da microbiologista Natalia Pasternak, que em entrevista concedida à Maria Beltrão (Globo News), quanto à fala de Jair Bolsonaro que nos manda procurar vacina ‘na casa de nossas mães’, diz tudo o que a sociedade brasileira deveria dizer a esse senhor, ou melhor, faz a pergunta direta que não deixa ninguém de bom senso dormir nesse país: “Quando a sociedade brasileira vai dar um basta? 

Quando esse Congresso inoperante (sentado em cima de dezenas de pedidos de impeachment) vai agir? Até quando seremos mandados à ‘casa da mãe’ buscar vacina? Será que a mulher que votou sem conhecer e “sem consciência”, porque o pastor, padre ou marido mandou com aquela conversinha mole do conservadorismo doentio, um dia vai acordar para o mal que fez a ela, a todas as mulheres e ao Brasil?

Vejam o retrocesso que se esse governo propõe em suas pautas. Querem para a mulher, a subserviência dos universos femininos dos países mais atrasados do mundo. Tudo que interessa ao machismo, ao fundamentalismo religioso, preconceitos e desigualdades que estão aí.

Respeito o seu direito de votar em quem quiser. Mas, a mulher que votou em Bolsonaro, fez gol contra as mulheres sem perceber. Respondendo ao senhor e nada excelentíssimo Presidente, devo dizer: As vacinas, infelizmente, nunca tiveram na ‘casa das nossas mães’. Se o amor de mãe servisse como vacinas estávamos todos vacinados. Foi o senhor e sua caneta BIC que não assinou os acordos com laboratórios que o procuraram no ano passado.

Precisamos ser um povo! Estamos apenas sendo um público assistindo passivamente a um populismo ridículo a nos mandar para ‘casa da mãe’ diante de gado num curral. Como chegamos a tal ponto? Uma das respostas é omissão! Como diz um ditado alemão: “Se há dez pessoas numa mesa e um nazista se aproxima e ninguém se levanta, então os 11 são nazistas”.

Precisamos levantar da mesa! Omissão é cumplicidade! Estamos ficando doentes de aceitar o intolerável que brinca com nosso sofrimento e nos manda comprar vacina na casa da mãe. Precisamos seguir o exemplo dos nossos irmãos paraguaios e deixar de ser um público de circo de última categoria, que é o desgoverno Bolsonaro, que por meio de frases fabricadas desvia nossa atenção para esconder casa luxuosa de R$ 6 milhões, rachadinhas, Queiroz, ‘Micheques’ e coisa e tal…

Basta! Nesse circo trágico os palhaços somos nós!