Muita cachaça e pouca oração

O Papa Francisco há poucos dias disse do fundo da sua naturalidade: “Vocês não tem salvação, é muita cachaça e pouca oração”!  É evidente que o iluminado Francisco dirigiu essas palavras dentro de uma simples brincadeira. No entanto, o que mais existe são oportunistas para tirar proveito de qualquer palavra dita pelo Santo Padre.

Há os que fazem para dar audiência nos programas da TV aberta, como os “Datenas” da vida, e outros nomes sensacionalistas do mesmo nível cujos programas deixam o povo burro demais. Mas, é o que dá IBOPE e o tipo de TV que a maioria do povo brasileiro parece merecer.

Há quem tenha feito samba para responder a brincadeira. E também existem as “raposas” que tiram proveito nas redes “anti sociais”, que geralmente fanatizam vidas e deixam almas sem visão com suas desinformações oportunistas, ao usar a simples brincadeira do Papa como ofensa ao povo brasileiro.

E o mais triste é que essas ‘bestas apocalípticas’ têm o dom de fazer da ignorância um exército para seguir. Triste, muito triste, que tenhamos chegado a tal ponto…

A bem da verdade, mesmo sendo uma brincadeira, a sabedoria de Francisco é luz que chama a pensar em tudo que nos levou a não ter salvação. E, partindo desse ponto, vou caminhar refletindo ou até mesmo divagando pelo outro lado que penso que as palavras bem humoradas do Santo Padre podem ter: O Brasil tem salvação?

Quando falo em salvação é no sentido de alguma luz diante de duas catástrofes que vivemos: a pandemia e o desgoverno Bolsonaro.

Uma realidade que chegou a forçar um povo, que não aguenta mais tanta dor e tanto sofrimento, em um país que caminha para uma terceira onda de uma pandemia devastadora, sair às ruas (cuja maioria tomou os cuidados necessários, como o uso de máscaras) pedindo o fim do pesadelo.

Ou melhor, o fim do pandemônio causado pelo chefe maior da estupidez que, enquanto o Brasil arde nas chamas provocadas pelo negacionismo, continua tocando berrante e gritando que é imorrível, imbroxável e incomível!

Também é verdade que sempre nos encachaçamos muito! A “MARVADA” pode até fazer ‘tropicar’ (sic), mas existem outras questões e tentações que nos fizeram mal maior. Nossas fugas e alienações maiores vêm também de outros vícios. Vem de muitos e outros pecados, manias e fanatismos, como: falar mal do vizinho, futebol, novela, interesse enorme na vida dos outros e, principalmente, dos artistas e pouco foco nas nossas vidas, além do carnaval e bundas, realities shows e programas que ”burralizam” na televisão.

No entanto, o pecado capital é nossa mania de ser um povo que se acha esperto, um povo que usa o famoso “jeitinho brasileiro” como instrumento para sempre levar vantagem em tudo e que nos deixou longe de pensar no coletivo. Uma “doença” cultuada pelo nosso egoísmo e que nos levou a essa situação.

Uma gente que vive só pra si nunca vai construir uma nação. Uma gente cada vez mais longe da civilidade, ou seja, da “essência” da educação, que não forma apenas um profissional e sim o cidadão, que para piorar, com mania de não gostar de política e trocar voto por qualquer vantagem pessoal, levando a reeleição dos mesmos canalhas, que se escondem no falso populismo e até na falsa caridade. Não cobrar os políticos e tratá-los como funcionários públicos que foram nossa perdição.

Mas, com o passar dos anos AINDA VEIO O PIOR DE TUDO, falsos profetas começaram a fazer publicidade de supostos milagres(?) e da prosperidade na televisão. Construíram riqueza e compraram canais para divulgação e, assim, multiplicaram o fanatismo e conquistaram podres poderes políticos ao ponto de convencer milhões de seguidores a decidirem uma eleição dizendo que havia um (Mito ou Mico?) ungido que seria a salvação da nação!

E, AGORA, DEPOIS DE TUDO, E, CONTUDO SOMENTE, DEUS PODE RESPONDER SE O BRASIL TEM SALVAÇÃO?