Método inovador de cirurgia cardíaca é realizado pela Santa Casa de Barretos

A regurgitação mitral é uma disfunção que ocorre na válvula mitral do coração, que é responsável por controlar a passagem do sangue oxigenado do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, permitindo assim que seja bombeado para o corpo.

Uma das alterações dessa válvula é chamada de insuficiência mitral, que faz com que haja uma falha no fechamento desta válvula, ocorrendo um vazamento de grande quantidade de sangue do ventrículo para o átrio. Estima-se que uma a cada 10 pessoas com 75 anos ou mais sofra desta patologia. Até o hoje um dos tratamentos mais tradicionais para regurgitação mitral é a realização de cirurgia cardíaca para ajustar o funcionamento da válvula mitral, um procedimento altamente invasivo, e, na maioria dos casos, não recomendada para pessoas com idade avançada, devido ao risco de morte durante sua realização.

Recentemente surgiu um dispositivo chamado MitraClip que, quando implantado no coração de forma minimamente invasiva, por meio de um cateter inserido na veia femoral, vaso sanguíneo na perna, repara a válvula mitral sem necessidade de um procedimento cirúrgico convencional.

Uma das primeiras cirurgias utilizando essa nova técnica foi realizada pela Santa Casa de Misericórdia de Barretos em um homem, de 73 anos, no mês de janeiro. O paciente apresentava regurgitação mitral grave e, quatro dias após a cirurgia de implante do MitraClip foi liberado para retomar suas atividades diárias e exercícios físicos, tendo também uma melhora significativa na qualidade do sono. Com a cirurgia convencional esse prazo para apresentação dos primeiros resultados benéficos ao organismo demoraria mais de 60 dias.

Com especializações em clínica médica, cardiologia e cardiologia intervencionista e hemodinâmica, o Dr. Márcio Braite, foi o responsável pelo procedimento inovador, realizado no mês de janeiro deste ano. Ele explica: “realizamos a técnica por meio de cateteres para o fechamento de uma válvula do coração, mitral, que estava ‘’vazando’’ muito, uma insuficiência grave. O procedimento é diferenciado, desenvolvido há pouco tempo e só realizado em alguns lugares do mundo, indicado ao paciente que possui risco ao tratamento cirúrgico, quando há contraindicação à cirurgia que chamamos de ‘peito aberto’, ou seja, quando há uma extensa área de corte para o procedimento”, afirmou Dr. Braite.

A equipe da Santa Casa está realizando o acompanhamento da recuperação do paciente, operado em janeiro, e conclui que a cirurgia foi realmente um sucesso, pois ele está bem e desenvolvendo normalmente atividades que tinha interrompido em função do agravamento da doença.