Informações em saúde e inclusão digital em tempos de fake news

O conceito de informações falsas, embora não seja algo novo, visa apontar notícias falsas e enganosa para a opinião pública. O termo fake news ganhou especial destaque quando das últimas campanhas eleitorais que envolveram Donald Trump e Jair Bolsonaro. Um dos conceitos que tenta definir a fake  news nas palavras de Allcott & Gentzkow (2017), refere-se às questões e informações com objetivo de enganar os destinatários, ou seja, uma notícia com intenção de apontar elementos falsos para enganar a opinião pública.

Logo, as notícias falsas ou manipuladas podem prejudicar a comunicação, além de atingir o bom funcionamento saudável da economia e da democracia de uma nação. O que ainda podemos destacar como fake news, as chamadas histórias fabricadas, notícias falsas, boatos, grande parte destes anúncios e manchetes são iscas dos cliques conhecidos como clickbaits. No que concerne à fake news nas palavras de Bounegru: O foco é colocado na circulação porque conteúdos falsos e desinformação tornam-se fake news em virtude do alcance. “Para se tornar fake news é necessário mobilizar um grande número de públicos – incluindo testemunhas, aliados, reações e partilhas, assim como oponentes para contestar, sinalizar e desmenti-los”

Com o advento da globalização tecnológica e a inclusão digital, vários assuntos são alvos de fake news, tanto a área da educação, trabalho, política brasileira e internacional, e a diferença é que na atual conjuntura o ambiente online tem sido potencial para a circulação e enganação em massa acerca da opinião pública, em virtude das redes sociais digitais. É importante dizer que as rede sociais como Twitter, Instagram, Facebook, WhatsApp  e outros meios contribuíram muito para a rapidez com que a informação é gerada e espalhada, o que dificulta a proliferação de outras pessoas socializarem e compartilharem uma informação sem levar em conta  veracidade da notícia.

Em outras palavras,  ter acesso às fontes de informações é uma árdua tarefa não muito fácil, porém essencial na atualidade. Embora com a onda de informações acerca de todos os temas que a população vem sendo bombardeada, é preciso filtrar essas notícias, pois é necessário qualidade nas informações, além da veracidade nos diversos assuntos e contextos estruturais, para que sejam evitadas falsas manchetes nas bolhas internacionais e nacionais que a sociedade é inserida.

No caso da área da saúde, vale dizer do importante fenômeno que está assombrando o mundo, a questão da pandemia do Coronavírus e da contaminação e transmissão da conhecida Covid-19 que é um novo Coronavírus descrito no final de 2019, após casos registrados na China. Este provoca a doença chamada de Covid-19. Neste sentido, pensar acerca das informações que estão sendo divulgadas é importante saber da veracidade, pois trata de questão de saúde pública e da contaminação em massa de um vírus que tem contaminado no Brasil milhares de pessoas.

Falar de informações de saúde e inclusão digital, é falar de saúde pública e de direito à informação veraz e limpa, sem falsas notícias influenciadoras da política brasileira, da economia, do livre comércio com a abertura dos estabelecimentos gerando a contaminação exacerbada e colocando em risco a vida da população.

É imperioso que a população através de um engajamento de literacia para a saúde, possa compreender e ter a autonomia de assistir ou ler uma informação, seja nas redes sociais ou em jornais, de forma a compreender quais informações são importantes para sua saúde e de sua família, bem como contribuir para compartilhar notícias que de fato contribuam com a qualidade de vida, para promoção e informação de saúde. Além disso, são importantes as medidas legais acerca das fake news no campo da saúde pública, pois é necessário investimento em educação e literacia digital, para uma qualidade de saúde e combate aos riscos que assolam as nações.

Priscila Maitara. Profª Mª UNESP

Marta Regina Farinelli. Profª Drª UFTM