A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta que lançou um novo olhar sobre a prevenção e tratamento dos casos de hipertensão. Desde os anos 1990, o número de pessoas na faixa etária de 30 a 79 anos diagnosticadas com a doença dobrou: passou de 650 milhões para 1,28 bilhão. Na avaliação de Alexandre Gayoso, cardiologista do Sistema Hapvida, as principais causas deste aumento estão diretamente ligadas ao estilo de vida, com estresse, sedentarismo, alimentação rica em sódio e alimentos industrializados.
Segundo Gayoso, cerca de 95% dos quadros de hipertensão são assintomáticos. “Por isso, não espere ter sintomas. Deve-se fazer a aferição da pressão periodicamente, pelo menos uma ou duas vezes ao ano. Este é o método mais eficaz para detectar a doença”, orienta. “No caso de a pressão apresentar com regularidade valores maiores ou igual a 140, de sistólica, ou maiores ou igual a 100, de diastólica, é importante buscar ajuda médica”, completa o cardiologista.
Já sobre o uso de medicamentos, o médico afirma que é recomendado em casos de incapacidade de realizar mudanças no estilo de vida e identificação da presença no organismo de danos secundários da pressão elevada.
Perigos
As principais consequências da pressão alta a longo prazo são alterações cerebrovasculares; na função renal; aumento no risco de declínio cognitivo na velhice; insuficiência cardíaca e elevação no risco de infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Assim, Gayoso recomenda aos adultos jovens com histórico familiar para doenças cardiovasculares a realização de acompanhamento periódico com cardiologista. “A partir dos 35 anos é preciso fazer uma consulta a cada um ou dois anos, dependendo dos fatores de risco identificados e estilo de vida. E antes dos 35 anos para aqueles com fatores de risco”, explica.
Principais cuidados
O cardiologista ressalta a importância de evitar uma dieta com excesso em sal e alimentos industrializados, além de manter atividade física regularmente. “Não precisa ser aeróbica. Para todos os indivíduos é importante ter pelo menos 150 minutos de exercícios por semana e a cada uma hora sentado, deve-se ficar em pé ou caminhando por dez minutos”, orienta. “Já para os hipertensos ou que possuem alguma doença, é recomendado ter pelo menos 300 minutos semanais de atividades físicas”, reforça Gayoso.
Por fim, o médico sinaliza a necessidade de contar com avaliação clínica de orientação para atividades físicas com os objetivos de identificar doenças de forma mais precoce, prevenir lesões e mal súbitos, além de orientar a atividade ideal para cada um. “Sem contar os benefícios de ter um sono reparador; buscar o equilíbrio espiritual; e controlar fatores de risco como obesidade, estresse, ansiedade, depressão e diabetes”, conclui.