Golpe nunca mais!

No país do absurdo até a morte foi banalizada e, infelizmente, muita gente acha que uma média diária de quase três mil mortes causadas por uma doença que já tem vacina é normal.

No país do absurdo vemos gestos supremacistas em pleno Senado Federal. Na mesma linha da falta de lógica, o presidente e “falsos profetas” convidam o povo para um santo jejum num país em que os mais pobres vivem o “inferno” que é a fome. Isso mesmo, fazem jejum sem querer por não ter o que comer.

Ao mesmo tempo o governo demora “séculos” para liberar o Auxílio Emergencial e ainda faz uso político como se R$ 250,00 ou R$ 150,00 fosse resolver tudo.

Tenho dito e não custa repetir: “Estamos achando a loucura normal” e o final disso tudo ninguém pode prever…

Enquanto a pandemia se torna um “rio” de lágrimas por todas as vidas perdidas no março mais triste de nossa história, o senhor presidente, as vésperas da lembrança de uma página infeliz da nossa história, representada pelo Golpe Militar de 1964, bota mais fogo em um país mergulhado no caos.

Talvez querendo demonstrar força, o capitão revela ainda mais a fragilidade do seu governo acuado na “ilha” da sua própria incompetência, e destitui o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e, por consequência, o General Edson Leal Pujol, o almirante de esquadra, Ilques Barbosa, e o brigadeiro, Antônio Carlos Bermudez. Nada mais nada menos que os três comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, respectivamente. 

O que quer Jair Bolsonaro? Todas as pistas apontam que ele quer, IRRESPONSAVELMENTE, um Exército para chamar de seu.

Quer a politização e o uso das Forças Armadas como instrumento de propaganda do seu governo. Parabéns aos comandantes que responderam com todas as letras aos sonhos autoritários do presidente. Responderam ao “Messias das Armas” que o Exército é uma INSTITUIÇÃO DE ESTADO. E, assim, desenharam ao presidente qual é o verdadeiro papel das Forças Armadas em uma democracia.

Resta a dúvida de qual será a linha de atuação do general Walter Braga Netto à frente do Ministério da Defesa. Dará continuidade à visão do seu antecessor ou poderá ser útil aos planos de Bolsonaro a insistente politização dos quartéis?

Não creio de forma alguma a essa altura da nossa história que a democracia corra riscos no Brasil. Mas, precisamos estar sempre atentos. Por mais inviável que possa parecer, “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”.

É melhor não menosprezar todos os riscos que vivemos com um presidente que há décadas sabíamos ser alguém extremamente incapaz de conviver com a democracia.

Ao eleger alguém com perfil extremamente autoritário e (admirador de torturadores e ditadores) todos as pessoas de bom senso nessas terras tupiniquins viveram sempre numa espécie de insegurança, como se fosse um “ESTADO DE GOLPE “, mesmo que nunca venha acontecer nada, pois a figura, o desiquilíbrio e a história de Bolsonaro sempre irão de encontro aos nossos medos, mesmo inconsciente, de um pesadelo representado pelo GOLPE MILITAR DE 1964!

DITADURA NUNCA MAIS!