Quem é rico mora na praia, mas, quem é pobre, muitas vezes, não tem onde morar. Enquanto alguns se esbaldam nos melhores e mais caros restaurantes, outros esperam pelo caminhão que trará ossos e pelancas ou alguma proteína para sobreviver.
Enquanto isso, quem desgoverna o Brasil ameaçar VETAR a distribuição de absorventes íntimos e sua frieza não consegue ver a pobreza menstrual prejudicando a vida das mulheres mais pobres. Com a pressão da sociedade parece que o insensível ser que, infelizmente, é Presidente da República, vai recuar e tomará que assim seja.
As imagens das “filas” que esperam por ossos, das meninas que não podem ir às aulas por falta de absorventes, dos meninos sem horizontes e sem oportunidades nas periferias esquecidos pelos governantes e “adotados” pelas organizações criminosas revelam o BRASIL DA MISÉRIA.
Mas, também existe um BRASIL DA OSTENTAÇÃO de uma “casta” de privilegiados que desfilam carrões importados na Avenida Paulista e, como Paulo Guedes, aplicam milhões nas OFFSHORES de paraísos fiscais, uma burguesia que finge não ver as dores que os pobres sentem para sobreviver. Antes que digam que sou comunista, digo e repito, não é nenhum pecado ser rico. Mas, talvez seja pecado ter demais e nada fazer em relação à miséria nesse país e fingir que não vê essa gente…
Essa gente que sofre demais e carrega todo peso da cruz, que é a concentração de dinheiro e poder nas mãos de tão poucos nessas terras tupiniquins. Essa gente que já não vive, apenas aguenta ou vegeta em vidas que passam pela vida sem viver.
O desemprego e a miséria multiplicam a fome a cada dia e fica evidente o reflexo da incompetência do governo Bolsonaro. Mas, não podemos esquecer da figura nefasta e corrupta chamada Michel Temer e as reformas desastrosas do seu governo, que abriram as porteiras para mais desigualdades e que foram agravadas pelo Posto Ipiranga de Bolsonaro, que atende pelo nome de Paulo Guedes, incapaz de qualquer sensibilidade para desenvolver políticas voltadas contra a miséria potencializada pela pandemia no Brasil. No entanto, no meu olhar, a desigualdade social monstruosa que nos levou até as “filas por ossos” é mais profunda. É muito difícil em poucas palavras resumir, mas vou tentar:
As raízes pelo quadro da desigualdade social, retrato da miséria e de tantas injustiças nessas terras brasilis, são seculares. Trata-se de um “sistema” ou “estrutura”, como queiram, que concentra renda e muito poder econômico e político em poucas mãos. E que defende acima de tudo os seus interesses e privilégios e não abre mão de sempre mais riqueza, mesmo que isso signifique mais pobreza e falta de oportunidades para milhões de brasileiros. Essa “estrutura” sempre AGE nos bastidores de TODOS OS PODERES POLÍTICOS NO PAÍS elegendo seus políticos e formando bancadas políticas que representem seus interesses, quase sempre na “contramão” do que interessa ao povo. E POR MAIS INCRÍVEL QUE POSSA PARECER usando a falta de consciência e, às vezes, até comprando com favores o voto daqueles A QUEM EXPLORAM, esse sistema sempre está no poder. No final das contas, a maioria do nosso povo sempre vota em quem vai defender a continuidade dos interesses de UM SISTEMA QUE O OPRIME.
Se achar que estou exagerando, faça uma reflexão e pense em todos os candidatos que você votou em sua vida e quantos provaram com ações estar ao lado do povo? Olhe para todos os cargos políticos desde Presidência da República a vereador de Barretos ou outra cidade qualquer e se pergunte em quem você confia? Quem não tem rabo preso com a elite? Mas, fique atento, às vezes, essa elite disfarça e coloca “roupa nova”, mas não se engane, a “alma egoísta” nunca mudou.
Sem a “consciência libertadora”, que podres poderes negam ao nosso povo, por falta de acesso à educação, cultura e oportunidades, FERRAMENTAS que abrem os horizontes para a compreensão e intervenção quanto às realidades que o cercam ficam sem poderem ser acionadas impedindo a CONSCIENTIZAÇÃO das causas fundamentais desse sofrimento. A grande maioria de nossa gente NÃO DESCOBRIRÁ o verdadeiro significado de sua força e do seu poder para transformar a realidade.
E, ASSIM SENDO, quando vem o desespero, chamado fome, para muita gente resta apenas sentar à beira do caminho na espera pelo caminhão de ossos…