EUA dizem que oposição venceu eleição na Venezuela

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse nesta quinta-feira, 1, que Edmundo González venceu as eleições na Venezuela. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) apontou Nicolás Maduro como vencedor do último domingo, 28. A oposição alega fraude do órgão, controlado pelo chavismo.

González é o candidato da Plataforma Democrática Unitária (PUD), coalização de oposição a Maduro, atual presidente e que buscava a reeleição para um terceiro mandato. O herdeiro político do chavismo está no poder desde 2013, quando morreu Hugo Chávez.

O resultado anunciado pelo CNE é contestado pela oposição, liderada por María Corina Machado e por Edmundo González, e pela comunidade internacional. Há pedidos para a publicação das atas resultados das urnas.

A PUD afirma que seu candidato recebeu 67% dos votos, contra 30% de Maduro —considerando 74% das atas das urnas.

González e Corina Machado estão ameaçados de prisão desde que contestaram o resultado do pleito. Para o governo americano, “as ameaças de Maduro contra líderes da oposição” são antidemocráticas e uma tentativa de se manter no poder.

O comunicado do secretário de Estado diz ainda que os partidos venezuelanos devem começar a discutir “uma transição respeitosa e pacífica, de acordo com a lei eleitoral”.

A comunidade internacional pressiona o governo Maduro por uma recontagem transparente dos votos, o que ainda não aconteceu. Em 30 de junho, a Organização dos Estados Americanos declarou não reconhecer o resultado das eleições. Em relatório feito por observadores que acompanharam o pleito, a OEA diz haver indícios de que o governo chavista distorceu o resultado.

Observadores do Centro Carter, organização sem fins lucrativos fundada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, afirmam que a votação “não atendeu aos padrões internacionais de integridade e não pode ser considerada democrática”. A entidade também retirou seus funcionários do país “por segurança”.

Nesta quinta, Maduro propôs retomar negociações com os Estados Unidos após o governo americano não reconhecer o resultado da eleição. “Sempre dialoguei”, publicou Maduro na rede social X. “Se o governo dos Estados Unidos está disposto a respeitar a soberania e deixar de ameaçar a Venezuela, podemos retomar o diálogo”, acrescentou.

Fonte: Exame

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