Entre dois caminhos

O Brasil chega a um capítulo decisivo de sua história no dia 30 de outubro, estará em jogo a escolha “entre dois caminhos”: Bolsonaro ou Lula? Eis a questão! Vivemos todo o desgaste da polarização guiada mais pelo fanatismo das torcidas de futebol – do que pela consciência política. No entanto, sonhar não custa nada e quem sabe (?) um dia possamos compreender que não precisamos de políticos “Salvadores da Pátria”, precisamos de eleitores conscientes do “poder político do voto” a fim de realizar o que interessa à sociedade e NUNCA o contrário como vemos no Brasil.

Claro que tínhamos outras e melhores opções no primeiro turno, tínhamos sim! Pena que essa falta de percepção “contamina” a maioria do nosso povo e prejudica um melhor destino para o país.

Muitos gritam que Lula seria ladrão, partindo do pressuposto que seja fato, por qual razão Bolsonaro não seria corrupto também? Diante de todos os fatos relatados pela imprensa como a compra dos 51 imóveis com dinheiro vivo, rachadinhas, rachadonas, mansões, Michelle e cheques e Queiroz, além de dezenas de coisas ainda para se investigar e que são abafadas por Augusto Aras e parte “amarrada” ou omissa do judiciário. Diante disso, com que moral Bolsonaro e seus apoiadores atiram pedras em Lula? Com que moral, sendo seus telhados de vidro!?

Na comparação dos mandatos e resultados das gestões enquanto presidentes, mesmo que (tenha havido a Covid) não há qualquer possibilidade de comparar gestões e resultados dos governos. Ou há (só se for na Jovem Pan) ou nas milicias digitais bolsonaristas ou nos cultos das Michelles, Damares e dos Falsos Profetas que fazem política com a fé das pessoas.

Ao entrar em outra questão que seria a história enquanto homens públicos não vejo como fazer qualquer confronto ou análise comparativa quanto às trajetórias entre quem fez da luta pela democracia uma obsessão e quem ficou quase trinta anos pregando autoritarismo, “amor as armas” e violência e em nome da liberdade de agressão ofendendo pessoas e a própria democracia.

Se isso não bastasse eu olharia para tudo que sinto quanto à todas as ações de Jair Messias Bolsonaro e as de Luís Inácio Lula da Silva. Que mesmo com todos os erros que possa ter como ser humano, com certeza não carrega a “bagagem pesada” que anda junto com Jair Bolsonaro, uma “bagagem carregada” pelos piores atos, sentimentos, palavras e preconceitos que um ser humano possa ter.

Eu queria muito outro caminho para o Brasil e outra consciência política para nosso povo, mas nesse conflito de ódio não poderia ficar neutro porque isso é ser “cumplice” do que seja pior. Imagine um desgoverno plantando mais quatro anos de ódio, violência, radicalismo, fanatismo religioso e ignorância, o que será de nós? As imagens insanas de Roberto Jefferson deixam bem claro os riscos do culto às armas. E projetam “a violência” que ainda pode sair do “armário” nesse país.

Mas, alguém diria se não tenho medo de que aqui vire uma Venezuela? Respondo com toda convicção que jamais houve esse risco nem haverá (é como falar do homem no saco para assustar criança), mas, por outro lado, uma vitória de Bolsonaro e com a mistura de uma “política suja de mentira e hipócritas de valores” com o uso da religião pelos falsos profetas, poderemos chegar próximo de algo parecido com “teocracias” como Afeganistão, ou Irã…

É evidente que uma vitória de Luiz Inácio Lula da Silva não nos levará ao paraíso, diante da tragédia e destruição significada pelo desgoverno de Jair Messias Bolsonaro, mas pelo menos irá renascer alguma esperança para “fecharmos” as portas do período de maior atraso e ignorância da nossa história.